Milão - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, deve deixar a presidência do Milan depois que o parlamento do país decidiu, nesta quinta-feira, que há conflito de interesses em suas atividades.
Mas embora seu nome deixe de constar da lista de representantes do clube, o império de sua família vai continuar sendo dono do time.
Berlusconi, que em 16 anos como presidente do clube viu o Milan conquistar três copas européias e seis campeonatos italianos, confirmou que vai sair depois de uma reunião com o primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, em Budapeste.
Questionado sobre se a decisão do parlamento, que vai virar lei assim que aprovada pelo Senado, vai forçá-lo a abrir mão de seu papel de presidente do Milan, Berlusconi foi seco e direto.
"Eu disse isso há alguns dias e inclusive anunciei", disse. Berlusconi abriu uma conferência de seu partido -- o conservador Forza Itália -- semana passada dizendo que não sabia quanto tempo ele poderia continuar no clube.
O vice-presidente do Milan, Adriano Galliani, que é quem de fato exerce o comando do clube no dia-a-dia, reuniu-se com Berlusconi segunda-feira e depois disse que o premier poderá ser forçado a se tornar apenas o presidente de honra do Milan.
Mas a nova legislação especificamente proíbe inclusive um papel honorário, portanto parece que Berlusconi não poderá ter nenhum cargo formal no Milan. Por outro lado, a proposta de lei não impede que a Fininvest, empresa de propriedade da família de Berlusconi, continue como proprietária do clube.
Também não há restrições quanto ao filho do primeiro-ministro, Piersilvio, assumir o cargo, uma jogada já prevista pela imprensa italiana. Berlusconi, porém, diz que sequer considera o envolvimento de seu filho.
Galliani descartou a possibilidade de a Fininvest, que controla o império multi-bilionário de finanças e esportes de Berlusconi, abrir mão do Milan.