Londres - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, negou as acusações feitas contra ele de que teria havido suborno de alguns membros da entidade em 1998 para que ele fosse eleito. “Isto é parte de uma campanha de desestabilização e difamação contra mim'', disse Blatter.
O jornal inglês Daily Mail publicou nesta quinta-feira que foram pagos subornos de US$ 100 mil para a compra de votos nas eleições que aconteceram pouco antes da Copa da França.
''Não me surpreende saber de uma matéria assim neste momento'', disse Blatter em comunicado no site da Fifa.
“É parte de uma campanha de desestabilização e difamação da minha pessoa que está acontecendo há algum tempo. Nas últimas semanas, a Fifa ficou sabendo que estariam circulando documentos a respeito destas acusações'', acrescentou.
O presidente da Uefa, que controla o futebol europeu, Lennart Johansson, já pediu para que as acusações sejam investigadas a fundo.
“Eu gostaria que esta investigação fizesse parte de uma investigação interna, já marcada, que inicialmente deveria apenas examinar as finanças da Fifa com a falência da ISL, ano passado'', disse Johansson, 66, do hotel onde está hospedado em Tóquio.
“Quero deixar claro que embora eu tenha sido derrotado nas eleições há quatro anos eu não guardo rancor em relação ao fato, não se trata disso. No entanto, se as acusações procedem é bom saber que eu teria vencido de forma justa. A prioridade é investigar para que a imagem da Fifa não seja ligada a desonestidade. Devemos mostrar ao mundo que confiamos na Fifa e que ela é uma entidade honesta.''
Blatter venceu a votação recebendo 111 votos, contra 80 para Johansson. Mas o Daily Mail diz que 18 nações africanas aceitaram o suborno e trocaram seus votos de Johansson para Blatter na calada da noite.
“Não estou acusando ninguém de nada e nem quero saber os nomes de quem teria aceito dinheiro para trocar de voto'', disse Johansson. “Talvez fossem pessoas pobres e aquele dinheiro pode ter feito muito para mudar suas vidas. Mas eventualmente a verdade vai caçá-los e serão pegos por isso. Se as acusações são verdadeiras acho que o próprio presidente, o senhor Blatter, deverá avaliar o seu futuro. Depende dele saber o que fazer.''
Blatter está concorrendo à reeleição. A votação será em Seul, em maio. Por enquanto ele é o único candidato. Mas Johansson está certo de que haverá um oponente. “Não serei eu, mas pode ter certeza de que haverá outro candidato''.
O nome mais cotado é o do presidente da Associação de Futebol da África, Issa Hayatou, de Camarões.