Brasília - O ministro do Esporte e Turismo Carlos Melles (PFL-MG) deixou seu cargo na quinta-feira sem editar as medidas provisórias sugeridas pela CPI na tentativa de moralizar o futebol brasileiro.
Melles deixou o cargo porque o PFL rompeu com o governo por imposição de sua candidata à Presidência da República, Roseana Sarney, após a apreensão de dinheiro pela Polícia Federal em uma empresa dela e de seu marido, Jorge Murad na última sexta-feira.
Com essa decisão, Melles deixou a bomba nas mãos do presidente da Embratur, Caio Luís de Carvalho, que assumiu seu lugar e pode ver agora tudo se transformar.
Carvalho é pré-candidato pelo PSDB a deputado federal. Se seu nome for aprovado pelo partido, ele deverá renunciar à presidência da Embratur e ao ministério. Se não, deixa apenas a Embratur.
A esperança da CPI é ter forças para fazer suas sugestões virarem lei. A presidência da comissão encaminhou à mesa diretora do Senado quatro projetos de lei no dia 15 de fevereiro por já esperar que Melles emperraria a edição das medidas provisórias.
Para o relator da comissão, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), não foi a briga do PFL com o governo que impediu a edição das medidas.
``O governo continua com as mesmas responsabilidades para moralizar o futebol brasileiro'', advertiu o relator, que se sente satisfeito com a possível transformação das medidas provisórias em projetos de lei. ``A CPI apontou todos os caminhos ao governo. Agora, o PFL dará o apoio para discussão e votação dos projetos de lei'', garantiu.
A partir da próxima semana, o Senado Federal deve realizar quatro sessões deliberativas para analisar os projetos de lei.
Consta da pauta de votação que, na terça-feira, os senadores começam a analisar o Projeto de Lei 291/01, que transforma os clubes de futebol em sociedades comerciais, ou clube empresa, com obrigações que vão da publicação ``no mínimo um vez por ano'', do balanço financeiro. A lei delega ao Ministério Público poderes para realizar auditorias nos clubes-empresa.