São Paulo - Em 1975, Carlos Alberto Parreira começava a primeira de uma série de passagens pelo Fluminense, quando conheceu Zé Mário, um volante de pouco brilho, mas cumpridor fiel das ordens táticas.
Hoje, 22 anos depois, ambos comandam a partida entre Guarani e Corinthians, às 16h, em Campinas, em lados opostos e na mesma situação. Os times dividem a quinta colocação com 14 pontos e precisam vencer para chegar à faixa de classificação do Torneio Rio-São Paulo.
Apesar da pressão sobre os jogadores, uma coisa é certa: o temperamento sereno de Parreira e Zé Mário, com certeza, não vai se alterar.
"Tenho um estilo mais calmo mesmo. Não adianta gritar. Quando seu chefe grita com você, melhora alguma coisa? Com o jogador é a mesma coisa e ele acaba pegando raiva", diz o técnico do Guarani, Zé Mário.
Parreira tem a mesma postura. Logo quando assumiu o comando, o treinador se assustou com os 230 dias de concentração dos jogadores em 2001. Resolveu mudar o sistema e deu mais liberdade ao elenco. Sábado, por exemplo, os jogadores treinaram de manhã, foram liberados e voltaram às 17h30min para viajar. "Nenhum esporte é tão massacrante quanto o futebol. Os jogadores passam pelo auge emocional duas, três vezes por semana a cada jogo. Imagina se o técnico fica em cima do cara...", explica Parreira.
Outro fato comum entre os dois foi a passagem pelo futebol árabe. Parreira treinou a seleção do Kwait (em 1976, 78 e 82), dos Emirados Árabes (1984/90) e da Arábia Saudita (1998). Zé Mário trabalhou em clubes do Catar, Emirados Árabes e Arábia (entre 1988 e 95), e treinou a seleção saudita em 1995. "Um duelo das Arábias? Pode ser. Vocês podem utilizar o que quiserem para motivar o jogo", diz Zé Mário.