Rio - Em apenas 90 minutos, André Leone saiu do anonimato para sentir o gostinho da fama. Autor do segundo gol vascaíno na vitória sobre o Flamengo, o zagueiro teve um domingo inesquecível. Além de colocar pela primeira vez os pés no Maracanã, ele teve o nome gritado nas arquibancadas e deixou o vestiário aplaudido pelos torcedores.
"Foi uma noite diferente. Dormi muito tarde, por volta das 3 horas da manhã. Ficava pensando no gol e trocando de canal na TV. Queria ficar olhando, dando muitas risadas".
Aos 23 anos, natural de Vargem Grande do Sul, interior paulista, André Leone ainda estava em estado de graça ao voltar, ontem, ao Maracanã. O zagueiro deu uma de turista e fez um "tour" pelo estádio: admirou a calçada da fama, conheceu a tribuna de honra e as cabines de rádio, ficou deslumbrado com a visão da arquibancada e ainda voltou ao gramado para relembrar seu bonito gol.
"Conheci muitos estádios no período em que joguei na Europa, mas nenhum se compara ao Maracanã. É show de bola, bem maior do que eu imaginava", vibrou.
Durante a visita, André Leone foi reconhecido por alguns torcedores. Uma situação nova para o jogador que até horas antes do clássico não sabia se estaria em campo. Mas se engana quem pensa que marcar gols é uma novidade para o zagueiro. E a curta passagem pelo Vasco pode comprovar suas palavras: fez dois gols em apenas oito partidas.
"É uma característica minha e de todos os jogadores modernos. Os atacantes precisam ajudar a defesa e os zagueiros ter a capacidade de ir ao ataque. O próprio Juan faz bem isso".
Titular do Expressinho que disputa o desprestigiado Campeonato Estadual, André Leone deve voltar para o banco no próximo jogo do Vasco pelo Rio-São Paulo. Mas ele encara com naturalidade a dura realidade.
"Faz parte da carreira de qualquer jogador. Ajudei o Vasco a vencer e ficar entre os quatro primeiros e agora estou procurando o meu espaço. Se voltar para o banco, estarei sempre à disposição do Evaristo quando ele precisar de mim".
Ao menos, ele realizou um sonho. "Agora não posso mais falar que não conheço o Maracanã", despediu-se o zagueiro, que não sabia nem como chegar ao estádio de carro.