Rio - Antes de marcar um dos gols da vitória sobre o Flamengo, André Leone só freqüentou as manchetes por causa do envolvimento com o escândalo dos passaportes falsos na Itália. O drama do jogador aconteceu em 2000. Após uma excursão do Campinas, time dos ex-jogadores Careca e Edmar, ele despertou o interesse do Vicenza.
"Disse ao Careca que o meu avô era italiano. Deixei os documentos com ele, mas, quando fui assinar o contrato, o Edmar apareceu com um passaporte português. Não tinha escolha, precisava jogar. Participei da Copa da Itália. Mas aí apareceu uma matéria acusando o Warley e o Dida de jogarem com passaportes falsos", lembrou.
André Leone foi procurado por um representante do Vicenza, que constatou que o seu passaporte também era falso. Eles procuraram a Polícia Federal e o jogador teve que voltar para o Brasil. "Tive que prestar depoimento à CPI do Senado e contei a história".
Após o episódio, André Leone esqueceu o futebol e ficou dez meses procurando documentos para provar sua descendência italiana. "Desde janeiro sou cidadão italiano. Foi uma vitória. Houve o problema porque o meu avô tinha sobrenome Leoni, e não Leone".
Para limpar o nome, o jogador se desligou de Careca. "Entrei na Justiça para pegar o passe. Estava queimado e não podia ter o meu nome vinculado ao dele. Mas não posso acusá-lo".