Nápoles - O Nápoli, que joga na Segunda Divisão italiana, foi posto nesta sexta-feira sob administração judicial devido às irregularidades detectadas em seus balanços.
A decisão do Tribunal Civil da capital napolitana, a pedido da Procuradoria, foi tomada só três dias depois da prisão de seu presidente, Giorgio Corbelli, pela venda e falsificação de milhares de quadros em seus negócios privados de leilões na televisão.
O novo administrador judicial será Gustavo Minervini, um dos maiores especialistas italianos em direito comercial, e sua gestão deve durar somente 1 ano, como estabelece a lei, embora por motivos especiais possa ser prorrogada.
Minervini afirmou que seu principal objetivo será "sanar, o mais rápido possível, as irregularidades, colocar as contas em ordem e convocar a assembléia para a administração ordinária".
Aos torcedores napolitanos, a segunda torcida da Itália depois da do Juventus, o novo administrador judicial prometeu "rigor" e "muito trabalho" para atenuar as múltiplas decepções vividas nos últimos anos.
O clube napolitano, que viveu seus anos de ouro entre 1986 e 1990 quando ganhou duas Ligas, a Copa, a Supercopa e a Copa da Uefa, que foi conquistada sob a batuta de Maradona, se viu condenado há duas temporadas na Segunda Divisão.
A atual campanha foi iniciada quando o empresário Giorgio Corbelli passou a ser sócio majoritário do clube, depois da saída de seu presidente "histórico" Corrado Ferlaino, que dirigiu o Nápoli durante 32 anos.
Corbelli está preso agora, acusado de falsificar obras de autores contemporâneos e de roubar milhares de pessoas que compraram os quadros através de leilões em seus canais especializados "Telemarket" e "Telemarket 2".
Desde fevereiro, o Nápoli conta com um sócio minoritário, o dono de hotéis Salvatore Naldi, que tem 20 por cento das ações e que se mostrou disposto a comprar a maioria com a ajuda de outros empresários napolitanos, preocupados com a equipe, sexta na classificação, mas a 13 pontos da Primeira Divisão.