Bruxelas - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge, fez um pedido, esta quarta-feira em Bruxelas, às autoridades políticas e Federações para a coordenação de esforços na luta contra o doping, ao mesmo tempo que a União Européia abandona a AMA.
"Sem coordenação contra o doping vamos ao fracasso", afirmou Rogge aos ministros dos Esportes, membros da União Européia (UE) e dirigentes de Federações esportivas, convocados pela comissária européia dos Esportes, Viviane Reding.
Apesar do pedido, Reding anunciou que a UE se retira da Agência Mundial Antidoping (AMA) por não poder financiá-la, por causa das atuais regras orçamentárias européias.
"A Comissão (Européia) será informada desta decisão, que o Conselho deverá ratificar", afirmou.
Rogge, por outro lado, disse que o COI está seriamente comprometido na luta contra o doping "como ficou demonstrado nos Jogos Olímpicos de Inverno de Salt Lake City (EUA)", mas é preciso o apoio dos governos, "que dispõem de meios (policiais, legais) que o movimento esportivo não têm", acrescentou.
Além disso, insistiu no "papel maior" que a AMA deverá assumir "para garantir a colaboração entre os Estados e o movimento esportivo (...) e para tentar harmonizar as legislações".
Criada em novembro de 1999 e instalada em Montreal, Canadá, a AMA tem um orçamento de 18 milhões de dólares, metade financiado pelos Estados membros e a outra metade pelo COI.
Em dezembro passado, a UE se absteve de votar o orçamento da Agência porque pedia uma maior participação na mesma, por causa de seu aporte financeiro (quase três milhões de dólares).