São Paulo - A quinta-feira foi um dia típico de segredos às vésperas de uma corrida de Fórmula 1. Um clima total de mistério envolvia o autódromo de Interlagos com a presença do novo F2002, e a Ferrari não deixou nem um pedaço do carro à vista e até pilhas de pneus foram usadas para barrar a visão.
Como sempre, os boxes com maior cheiro de que alguma espionagem estava no ar foram os da escuderia italiana e o da McLaren. As máquinas e os pneus estavam cobertos e somente alguns bicos de carro podiam ser vistos.
A movimentação nos boxes era só de mecânicos, e o único som de motor ouvido foi o da Sauber. A Ferrari ainda conseguiu um pouco mais de agitação com um treino de troca de pneus e abastecimento.
Mas se os mecânicos tiveram um dia difícil empurrando o carro para simular o pit stop debaixo de um forte sol, os pilotos mais novos tiveram um dia tradicional de recordações e conversas.
Enquanto Ralf Schumacher, da Williams, almoçava tranqüilamente nos paddocks ao som de roncos de motores, Jenson Button tentava mostrar que ganhou mais experiência desde que estreou em 2000 na categoria.
``São as mesmas pessoas trabalhando na equipe, mas com mais experiência. Eu não diria que houve grandes diferenças em relação ao carro do ano passado. Acho que trabalhei duro e passei bastante tempo treinando. Aprendi bastante no ano passado'', disse o piloto da Renault, que em 2001 ainda era chamada de Benetton.
Felipe Massa, único brasileiro a marcar um ponto na temporada, foi mais longe e lembrou-se do tempo em que fazia qualquer coisa para ver um carro de Fórmula 1.
``Eu lembro de Senna e Piquet em dias de testes, mas em 1997 meu empresário tinha um restaurante que fornecia comida para a Benetton, e eu entregava a comida durante toda a semana. Então vinha para cá com bananas e caixas de comida ... Só para ver os carros da Fórmula 1'', disse o piloto da Sauber.