Rio - A Seleção Brasileira estréia na Copa do Mundo contra a Turquia, no dia 3 de junho. O time ainda não está na cabeça do torcedor e Luiz Felipe Scolari transformou-se no principal alvo das críticas país afora pela recusa em convocar Romário. Mas o técnico que embarca no dia 12 de maio para Barcelona - o ponto de partida do Brasil rumo à Copa - é de longe o brasileiro mais otimista em relação à possibilidades do seu time no Mundial.
''Vou deixar o país confiante. Tenho certeza que o meu trabalho frutificou e hoje temos uma seleção formada'', disse o técnico.
Felipão está feliz. Mas não a ponto de se sentir realizado, por considerar que o amistoso contra a Iugoslávia possa ter calado a voz daqueles que insistem em pedir por Romário ou mesmo dos acham a Seleção despreparada para a disputa da competição. ''Não gosto da expressão alma lavada. Não me sinto assim. Estou feliz por ver que o trabalho está no caminho certo'', disse.
O técnico lembra ter aceitado o convite da CBF num momento desfavorável para a Seleção Brasileira. O time estava em situação complicada nas Eliminatórias e ele estreou com uma derrota de 1 a 0 para o Uruguai - neste jogo Romário foi o capitão e nunca mais jogou. Mas a Seleção acabou se classificando como era esperado.
Base - Na campanha das Eliminatórias, Felipão convocou muito mais do que os 35 jogadores que prometera chamar. Mas o técnico argumenta que encontrou a base do time que vai levar para a Copa do Mundo: Marcos, Cafu, Roberto Carlos; os zagueiros Lúcio e Roque Júnior; Emerson e Rivaldo no meio-campo; e a dupla de ataque Edílson e Luizão - perderam no momento a vaga para Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo. ''É quase um time inteiro. Se isso não é base, não sei mais o que poderá ser'', alegou o treinador quando convocou a seleção para o jogo contra a Iugoslávia.
A base do time de Felipão é formada em sua maioria por jogadores consagrados. Por isso ele considera o maior mérito de seu trabalho o lançamento de jogadores que nunca tinham tido oportunidade na Seleção. ''Eu dei a oportunidade. Mas o mérito mesmo foi deles, que souberam aproveitar'', disse o técnico.
Anderson Polga, Gilberto Silva, Kleberson e Kaká foram os jogadores ''descobertos'' pelo treinador. Todos convocados este ano, mas que acabaram se beneficiando por atuar em amistosos, livres da pressão que existia nas Eliminatórias. Dos quatro, Gilberto Silva e Ânderson Polga podem se considerar titulares. ''O Polga vinha se destacando no Grêmio e confirmou o que dele se esperava. O Gilberto Silva parece um veterano na Seleção'', analisou o técnico.
Kleberson é outro que conquistou a vaga no Mundial e a admiração do técnico. Felipão ficou impressionado com a personalidade que o apoiador do Atlético Paranaense mostrou logo no primeiro treino. ''Ele joga na Seleção com a mesma naturalidade que faz no clube. Contra a Iugoslávia, entrou e jogou muito bem'', disse Felipão.
O técnico da Seleção Brasileira está em Passo Fundo, na casa de sua mãe. Na terça-feira, Felipão vem ao Rio para convocar os jogadores estrangeiros que atuarão no amistoso contra Portugal, no dia 17 de abril, em Lisboa. Na lista, não haverá novidades, já que o grupo do Mundial está praticamente fechado.