Rio - Foram 96 horas de uma tragédia total. Esta frase saiu da boca do técnico Abel Braga, do Botafogo, que parece resignado com a queda de rendimento repentina da equipe. Mas, mesmo assim, ele ainda não se deu por vencido e acredita numa reviravolta.
“Vamos lutar pelas pequenas possibilidades que temos. Iremos a Curitiba e tentaremos tirar a diferença. Se não der, que os jogadores deixem a competição de forma digna. E, depois, lutar para ficar, pelo menos, entre os seis primeiros do Rio-São Paulo, para garantir uma vaga na Copa dos Campeões”, declarou.
Ao tocar neste ponto, Abel lembrou que a meta traçada no início do ano era conquistar uma vaga na Copa dos Campeões. “Só que ninguém imaginava que pudéssemos ter uma performance tão boa, como vinha acontecendo. Esse nosso objetivo é receita que entra para o clube. Também evitaríamos quase um mês de ociosidade”, disse o treinador.
O primeiro passo desse verdadeiro milagre alvinegro será dado nesta quarta. O time precisa vencer o Paraná por três gols de diferença. Abel levantou dados e sabe que é uma missão das mais complicadas.
“O Paraná ainda não levou três gols numa só partida este ano. Já perdeu quatro vezes por 2 a 0. Para nós, isso passa a ser mais um desafio”, relatou o técnico, afirmando que dará ênfase às cobranças de pênaltis no treino desta terça, já em Curitiba.
A vaga para as quartas-de-final será decidida nos pênaltis apenas se o Botafogo vencer o Paraná por 3 a 1.
Da linda carruagem à abóbora, Abel lamenta profundamente a tristeza e descrença dos torcedores. “Ficamos mal com a nossa torcida, que é o principal combustível do futebol. Nesse meio, nada teria razão de ser se não fosse ela.”
A vergonha é tanta que Abel até mudou sua rotina nesta segunda. Desligou o celular e sequer foi andar na praia, um hábito diário. “Havia quatro recados na minha secretária eletrônica de pessoas comentando que têm coisas que só acontecem ao Botafogo. É triste. Em dias assim, fico amargo até com minha esposa e meus filhos.”