Rio - Para Paulo César, a segunda-feira teve um gosto especial. Viveu um dia de herói nas Laranjeiras após ter marcado um golaço no Fla-Flu da véspera. Ao chegar em casa, comemorou o primeiro mês de vida de Caroline, sua filha. Depois de driblar vaias e boa parte da defesa do Flamengo, o lateral diz que se sente um jogador maduro.
“Cheguei ao Flamengo, em 96, com 17 anos. Era um garoto que saiu da favela para jogar com estrelas como Romário. Nem sabia onde estava. Vivi dois meses de depressão, chorando. Aqui no Fluminense, fui vaiado muitas vezes. Até no início do lance do gol no Fla-Flu. Aos poucos, fui aprendendo a passar por isso. Hoje, jogo pela minha família e pelo time.”
Paulo César diz que somente nesta segunda se deu conta da beleza do gol. “Quando vi na TV, achei lindo. Antes, nem sabia quantos jogadores eu tinha driblado. Em 2000, contra o Maranhão, pela Copa do Brasil, fiz um gol que considero mais técnico, mais bonito. Mas este, num Fla-Flu, teve um gosto maravilhoso.”
A vaia e o gol no Fla-Flu marcaram apenas mais uma das muitas voltas por cima do lateral. Mesmo achando que vive seu melhor momento, ele se vê longe da Copa do Mundo. “Já fui convocado, já aprendi muito e quero jogar a Copa. Mas Felipão confia no Belletti e chegou a dizer que já tem os 23 jogadores que vão a Copa quase definidos. Fico na expectativa. Agora, estou só comemorando o gol e a vitória no Fla-Flu.”
Ao falar de Oswaldo de Oliveira, o tom é de agradecimento. “Nem posso medir sua importância. Vou muito à casa dele. Oswaldo é um amigo.”