Imola - Michael Schumacher continuará sua carreira na Fórmula 1 mesmo que este ano conquiste, com a Ferrari, seu quinto título mundial.

O piloto alemão acabou, esta quinta-feira em Imola (norte da Itália), com os rumores sobre sua aposentadoria depois de um eventual quinto campeonato e de que deixaria seu posto na Ferrari para Juan Pablo Montoya, seu rival na Williams-BMW, que ao que parece, segundo algumas versões, iniciou contatos com a "Scuderia"

"Basta que um jornal publique algo para que todo mundo o acompanhe. A única certeza é que não tenho a intenção de me aposentar", declarou o tetracampeão mundial.

"Não estou a par de nada. Nunca entrei em contato com a Ferrari", declarou logo depois Montoya.

Michael Schumacher e Juan Pablo Montoya se reencontraram hoje - menos de duas semanas depois do choque na largada do Grande Prêmio do Brasil, o segundo em um mês -, antes do novo confronto em uma pista, no próximo fim de semana em Imola, no Grande Prêmio de San Marino, quarta etapa da temporada.

Os dois adversários apertaram as mãos, mas quase às escondidas, sem qualquer entusiasmo. Em seguida, discretos, evitaram cruzar os olhares, para evitar uma polêmica que a imprensa esperava que explodiria.

Por outro lado, Montoya ainda não aceitou a manobra de seu rival em São Paulo. "A atitude de Michael (Schumacher) não foi leal, mas a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) nada disse e ficou como um incidente da corrida", comentou o colombiano com um certo ar de fatalismo. "Porém, isso não mudará minha maneira de encarar a corrida, especialmente porque sei que tenho um bom carro. Digamos que até agora não tive sorte".

Visivelmente incomodado, o alemão citou os fatos. "Voltei a ver a sequência na televisão. Vi o Williams se aproximar da Ferrari e perder seu bico", comentou simplesmente Schumacher.

Desde o início da temporada, a Fórmula 1 se centrou nos dois principais candidatos ao título. Michael Schumacher, o grande favorito, e Juan Pablo Montoya, o único considerado capaz de frustrar os planos do piloto número um da Ferrari.

Quanto a Ralf Schumacher, o outro piloto da Williams-BMW, seu aparente pouco entusiasmo para atacar seu irmão mais velho no final da prova de São Paulo deixou céticos muitos comentaristas, que se perguntam se Ralf não será o melhor aliado de Michael para atrapalhar o caminho Montoya.

"Pode ser difícil de acreditar para alguns, especialmente se nunca estiveram ao volante de um F1, mas um piloto pode se aproximar de um carro, entrar em seu vácuo e ainda assim não conseguir ultrapassá-lo. Este sempre é um problema na Fórmula 1", argumentou Michael Schumacher.

Com o duelo Ferrari/Williams-BMW e a rivalidade exacerbada de Michael Schumacher e Montoya, a Fórmula 1 pode ter uma temporada imprevisível, apesar do modelo F2002 da Ferrari se anunciar temível.

France Presse