Rio - Desde o dia 26 de novembro de 2000, Murilo andou fechando o gol do Fluminense, fez grandes defesas, teve falhas também. Mas ao que parece, por mais que erre e acerte, nunca vai deixar de ouvir a mesma pergunta. "O que aconteceu naquele gol do Adhemar?"
Neste domingo, ele volta a defender o Fluminense, às 16h. Do outro lado, não estará Adhemar, que cobrou a fatídica falta de longa distância. Mas o mesmo São Caetano que, na naquela tarde, eliminou o Tricolor da Copa João Havelange, calando um Maracanã lotado de esperança. E para se desenhar mais tensa, a ocasião é decisiva: vale vaga na semifinal do Rio-São Paulo.
O goleiro parece conformado. "Ganhei a aposta. Não falei que iam me perguntar sobre aquele gol?" disse, na sexta-feira, a alguns companheiros de clube, ao se aproximar dos jornalistas.
Mas a lembrança não o aborrece. "Ainda sinto que era uma bola que dava para pegar. Mas não deu, acontece. Foi um dia muito triste".
Murilo parece ainda lembrar cada detalhe do lance fatal. "Eu me joguei na bola e achei que ela passaria por cima. De repente, ouvi o barulho da batida da bola na rede. Pensei que tinha sido por fora. Quando caí, vi que estava lá dentro. Ver a torcida frustrada foi ruim".
O goleiro tricolor pode até ser um gigante e classificar o Fluminense neste domingo, no ABC. Mas à direita das tribunas do Maracanã, o mesmo gol que sacrificou Barbosa, parece ter reservado a Murilo, para sempre, um capítulo de drama na história do estádio.