São Paulo - O presidente Paulo Amaral, tem neste sábado, a partir das 11h, no Morumbi, o teste de fogo para os dois anos em que ficou à frente do São Paulo. Ele tenta a reeleição ao cargo contra Marcelo Portugal Gouvêa.
Para permanecer mais dois anos na presidência do clube, Amaral se apóia no saneamento das finanças e no desempenho da equipe de futebol. Em sua gestão, o São Paulo foi campeão paulista de 2000 e conquistou o Torneio Rio-São Paulo no ano passado.
Por que ser presidente do São Paulo mais uma vez?
Paulo Amaral: Primeiro porque o estatuto permite que o presidente tenha uma reeleição. Depois, porque conseguimos indicadores positivos da nossa gestão. Por exemplo, nós conseguimos o saneamento financeiro do clube. O São Paulo, há mais de 15 meses, trabalha com um saldo credor positivo. Nós pedimos ao Ibope uma pesquisa na área social, e os associados aprovaram, com 76% de índice de satisfação, a atual administração. Nós também pedimos posteriormente uma pesquisa do Ibope de qual era o conceito do São Paulo com os jornalistas esportivos. Eu, como presidente do clube, tive 48% da aprovação.
L!: No balanço deste ano, o São Paulo apresentou um déficit de R$ 15 milhões. Como explicar isso?
PA: O São Paulo teve um déficit de R$ 14 milhões. Quando nós fizemos o orçamento financeiro do ano, fizemos uma previsão de déficit de R$ 15,7 milhões, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo. Não vamos confundir déficit com fluxo de caixa. Nós publicamos com R$ 14 milhões de déficit, mas, por outro lado, tínhamos R$ 2 milhões de saldo credor nos bancos. E mais: nos dois anos da nossa gestão, tivemos um saldo positivo de R$ 9,3 milhões em aumento patrimonial. Em 2002, nós não descontamos a primeira parcela da venda do França, e o São Paulo não tem compromisso para pagar ninguém.
L!: Torcedores reclamam de falta de títulos. Como vê essa situação?
PA: O São Paulo, logo após a conquista dos dois títulos mundiais e das Libertadores, teve a interdição do Morumbi e essas reformas consumiram grande parte dos recursos do clube. Foi também uma época que a Parmalat investiu firme no Palmeiras e houve até um desequilíbrio. Hoje, eu enxergo que o São Paulo está entre os três melhores clubes. Em um futuro próximo, ou agora, acho que o São Paulo vai ser um time de ponta, vai disputar a Libertadores e pode chegar ainda mais longe.
L!: A política de baixo investimento em contratações continuará?
PA: Hoje, com a Lei Pelé, é impraticável o clube fazer uma grande contratação, investir uma grande soma porque não tem retorno. Você pode fazer um contrato por cinco anos e, depois desse tempo, o jogador tem passe livre. Pretendemos manter o Reinaldo e estamos tratando de trazer o Luís Fabiano de volta. O São Paulo será um grande time, não tenho dúvida.
L!: A atual diretoria de futebol do São Paulo será mantida?
PA: No futebol, nós nunca podemos falar sobre o futuro. A gente tem que manter, dizer sempre que a comissão técnica está prestigiada. Depois das eleições, nós vamos fazer uma análise de tudo. Mas agora não é hora de falar sobre isso porque estamos em finais de campeonatos.
L!: E como ficam os investimentos nas categorias de base?
PA: Nós vamos continuar investindo firme nas divisões de base. Nós já fizemos, este ano, mais um campo em Guarapiranga. Já estamos com dois campos onde fica a meninada treinando e pretendemos fazer mais dois. Independentemente disso, nós temos vários campos espalhados por aí para as categorias de base. Vamos continuar investindo firme.
L!: Em sua opinião, qual o destaque da sua administração?
PA: A condição financeira e os resultados do futebol também. Se nós conquistamos dois títulos e fomos para quatro finais, nós estamos chegando em todas as finais. Um clube que chega a todas as finais tem uma gestão boa financeiramente e no futebol.