Belo Horizonte - O técnico Marco Aurélio tem um motivo a mais para comandar treinos secretos no Centro de Treinamentos do Cruzeiro, esta semana. Em caso de novo empate no clássico de domingo, contra o Atlético, por qualquer placar, o finalista da Copa Sul-Minas será conhecido na cobrança de pênaltis. E o aproveitamento da equipe nesse fundamento na temporada está péssimo.
Nos 21 jogos oficiais que disputou em 2002, o Cruzeiro teve a seu favor seis pênaltis e apenas dois foram aproveitados. Três jogadores já se habilitaram para cobrar as penalidades, Edílson, Fábio Júnior e Ricardinho, e nenhum deles conseguiu 100% de aproveitamento.
Logo em sua estréia no clube, contra o Juventude, no Mineirão, Edílson teve a oportunidade de marcar, numa cobrança de pênalti. Era o dono da festa e não titubeou ao pegar a bola para bater. Mas perdeu. Por sorte, o Cruzeiro venceu por 1 a 0.
Quatro jogos depois, contra o Internacional (empate em 3 a 3), em Porto Alegre, novo pênalti e Edílson, demonstrando personalidade, foi para a cobrança e, desta vez, acertou. Mas na primeira partida contra o Londrina, pela segunda fase da Copa do Brasil, em Londrina, o atacante voltou a bater mal um pênalti e o Cruzeiro foi derrotado por 1 a 0.
No jogo de volta, no Mineirão, foi Fábio Júnior quem deu um susto na torcida, ao desperdiçar uma cobrança, no início do segundo tempo, quando o placar era 0 a 0 e o time precisava vencer por dois gols de diferença, o que acabou acontecendo no final da partida. Edílson não estava em campo.
No jogo contra o Pelotas, em Pelotas, novamente com Edílson de fora, Ricardinho cobrou um pênalti e marcou. Isso deve lhe ter dado confiança para a cobrança de domingo, contra o Atlético, mesmo com Edílson e Fábio Júnior jogando. O meia bateu e entrou para a relação dos que já perderam pênalti este ano. Resta saber quem será o próximo...
“Foi infelicidade. Tentei fazer o melhor. Isso acontece. Treinar cobranças, estamos treinando. Isso acontece", tentou justificar Ricardinho, após o jogo de domingo. Para o meia, o Cruzeiro merecia ter vencido o clássico. “Fomos superiores quando tínhamos 11 contra 11", argumentou. “A expulsão de Cris atrapalhou e não foi justa. A jogada não foi tão violenta assim."
Ricardinho, no entanto, admite que a equipe cometeu seus erros. “Faltou mais acerto nas finalizações e tranqüilidade quando o jogo ficou mais aberto", reconheceu.