Londres - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, magoado com o que chama de ``uma campanha de destruição'', respondeu à acusações que pesam sobre ele de estar dirigindo o órgão regulador do futebol mundial como se fosse um ditador.
Em seu último comentário a respeito das eleições para a presidência da Fifa, que acontecem dia 29 de maio em Seul, Blatter disse que os ataques contra ele alcançaram ``níveis sem precedência de difamação'' e voltou sua metralhadora contra Lennart Johansson, presidente da Uefa, que em 1998 foi derrotado por Blatter na polêmica eleição para presidente da Fifa.
Blatter está na linha de fogo desde as acusações de que seus aliados teriam subornado alguns representantes de federações africanas em troca de votos em 1998.
A oposição de Johansson chegou ao auge na semana passada quando enviou uma carta para as 51 associações da Uefa dizendo que a abordagem de Blatter está prejudicando o jogo. Johansson não apenas recomendou, mas pediu o voto destas associações para Issa Hayatou, adversário de Blatter nas eleições de maio.
Em resposta, Blatter -- que agora adotou a política do bateu-levou -- afirmou que o sueco Johansson está incentivando Hayatou a fazer sua campanha sem se preocupar com os possíveis danos à imagem da Fifa.
Em carta pessoal a Johansson, Blatter disse que os dois costumavam ser oponentes, mas não inimigos.
``Sou obrigado a aceitar a sua mudança, algo que me decepciona profundamente. Fico ainda mais entristecido com a forma da campanha que está sendo armada contra mim. Pela primeira vez em minha longa campanha na Fifa percebo que estão sendo feitas tentativas não apenas de derrotar um oponente, mas de destruí-lo'', diz a carta de Blatter.
A disputa entre os dois está atraindo muitos dos holofotes que normalmente já estariam todos voltados para a Copa do Mundo da Coréia do Sul e Japão, que começa apenas dois dias depois das eleições da Fifa.
Este mês, Blatter tomou uma decisão muito polêmica que gerou a reação de todos os seus adversários, quando mandou suspender uma investigação que estava sendo feita nas finanças da entidade.
A auditoria tinha o objetivo de avaliar o impacto sobre a Fifa da falência da ISL-ISMM, parceira de marketing da Fifa.
``Aqueles que me conhecem há 30 anos sabem que sou incapaz de praticar os atos de que estou sendo acusado: compra de votos, destruição de documentos, medo da verdade, gerência ditatorial da Fifa'', disse Blatter em sua carta às 51 associações.
Os críticos de Blatter afirmam que a falência da parceira ISL-ISMM causou um dano muito maior do que o divulgado às finanças da Fifa .