Fortaleza - Como há muito não se via, os dirigentes de Ceará e Fortaleza estão num jogo de cavalheiros, às vésperas de mais um Clássico-Rei. Domingo, os times se enfrentarão, na estréia das duas equipes no Campeonato Cearense.
Será a oportunidade para o torcedor conferir de perto os novos times. Fora de campo, os dirigentes tratam de contratação e, pelo menos por enquanto, ninguém fala em rasteiras.
Esse ‘fair play’ entre os dois clubes é uma novidade. Até pouco tempo, a rasteira ainda era um expediente muito utilizado na eterna rivalidade entre alvinegros e tricolores. Exemplo: a última passagem do atacante Zezinho pelo Ceará. O jogador estava acertando com o Fortaleza, mas de uma hora para outra acabou voltando ao Vovô.
Um exemplo do sinal dos tempos: o atacante Sinval ainda não acertou com o Fortaleza, mas já teve uma conversa com o presidente do Ceará, Alexandre Frota, em São Paulo, mais precisamente na sede da Portuguesa.
Frota fora ao Canindé para tratar de reforços e encontrou com o pretendido do Leão. Foi uma conversa informal e o dirigente alvinegro quis ouvir a confirmação de que o jogador ainda negocia com o Tricolor. Depois, sentenciou: Sinval interessa, mas o Vovô só entra na parada depois que o Fortaleza sair de cena.
“Os empresários ficam jogando uns contra os outros, fazendo leilão e só quem ganha com isso são os jogadores. Os clubes só perdem. Está na hora de começarmos a pensar no futebol cearense como um todo e já afirmei que Ceará e Fortaleza devem ser unidos fora de campo”, disse o presidente alvinegro.
Os dirigentes do Leão fazem apologia ao posicionamento do rival e até rasgam elogios nas emissoras de rádio. Dizem que seguirão o exemplo.
“Não trabalharemos com expedientes baixos”, afirma Renan Vieira, do departamento de futebol do Fortaleza.