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HISTÓRIA

Jogos de Barcelona
 
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Brasil 127 homens e 51 mulheres
Barcelona - 1992

  Nenhum local teve uma metamorfose tão profunda durante uma Olimpíada quanto Barcelona, cidade fundada pelos romanos na Antigüidade. A capital da Catalunha, região autônoma da Espanha, sofreu a sua transformação urbanística mais radical desde o século 19, quando o governo do país autorizou a derrubada das muralhas que limitavam o crescimento.

No total, gastou-se cerca de US$ 20 bilhões para criar a infra-estrutura necessária à competição. Tudo foi planejado de maneira que as obras tivessem uso permanente. Antes de 1992, Barcelona tentou sediar os Jogos de 1924, 1936 e 1972. Perdeu a disputa, respectivamente, para Paris, Berlim e Munique.

Os organizadores distribuíram entre vários arquitetos a tarefa de projetar os prédios da Vila Olímpica. Esta diversidade eliminou a aparência de produção em série que costuma caracterizar obras do gênero. Depois que a chama da tocha olímpica se apagou, os alojamentos dos atletas já tinham novos donos. Três anos antes, os quase 4 mil apartamentos foram vendidos. Na época da Olimpíada, 3 milhões de pessoas moravam na cidade de 92 quilômetros quadrados.

Uma das maiores transformações ocorridas em Barcelona, a segunda maior cidade da Espanha, foi o fim do divórcio do povo catalão com o Mar Mediterrâneo. A construção da Vila Olímpica alterou o bairro Poble Nou (Aldeia Nova), onde se iniciou a industrialização catalã e espanhola no fim do século passado. Os prédios velhos do bairro e uma linha de trem que passava entre as indústrias e a cidade fizeram com que Barcelona crescesse de costas para o azul do Mediterrâneo. Na festa esportiva de 1992, as praias já estavam despoluídas e urbanizadas.

A capital da Catalunha é um berço de vanguardistas. Espalhadas por suas ruas e museus, estão os vestígios de quatro artistas: o arquiteto Antoni Gaudi e os pintores Joan Miró, Pablo Picasso e Salvador Dali. As obras de Gaudi são as mais visíveis. De sua mente brotaram prédios geniais, como a Igreja da Sagrada Família.

Além da agitação cultural, Barcelona costumava ter sua rotina alterada pela ação do grupo separatista Pátria Basca e Liberdade (ETA), que em 21 anos de luta terrorista matou 711 pessoas. Com medo que se repetisse um atentado similar ao dos Jogos de Munique, em 1972, quando 11 israelenses foram assassinados por palestinos, os organizadores espanhóis investiram US$ 400 milhões em segurança. Trinta mil soldados policiaram a cidade e os 41 estádios construídos ou reformados para o evento. Até mesmo mini-submarinos participaram do esquema de proteção nos lagos e praias fronteiros às Vilas Olímpicas.

A festa de abertura dos Jogos de Barcelona ocorreu no Estádio Olímpico de Montjuic. A idéia da cerimônia era representar o Mar Mediterrâneo entrando no estádio com todos os seus personagens, fantasias e lendas. Via satélite, 3,5 bilhões de pessoas assistiram ao megaespetáculo. A festa foi protagonizada por vikings, ciganos, marinheiros, polvos e lulas. As imponentes vozes da soprano Monserrat Caballé e dos tenores Placido Domingo e José Carreras fizeram parte do espetáculo.

Um dos momentos mais emocionantes ocorreu quando o arqueiro Antonio Rebollo acendeu a pira com um flecha incendiada (havia um mecanismo que detonaria o fogo da pira caso o arqueiro errasse o alvo, o que realmente ocorreu). O sangue vibrante dos anfitriões era percebido em todos os momentos, como nas pirâmides humanas, um costume local da cidade. A identidade cultural dos catalães era reafirmada sempre que possível. O próprio catalão era um dos idiomas oficiais do evento.

No encerramento, ocorreram evoluções de 24 cavaleiros, a apresentação do Ballet Cristina Hoyos - um dos maiores nomes da dança espanhola - e, assim como na abertura, o desfile das delegações. O mascote da Olimpíada de Atlanta foi apresentado. Houve na última festa quadros típicos dos musicais norte-americanos. No meio de uma chuva de fogos de artifício, Cobi, o mascote catalão, desapareceu navegando num barco de papel flutuante. Em seguida, o estádio transformou-se num grande baile ao som de rumbas. Nem mesmo o casal real, Juan Carlos e Sofia, deixou de ensaiar alguns passos na tribuna de honra.

* A desintegração completa das repúblicas pertencentes ao bloco comunista, que se consuma em 1989, traz grande instabilidade no panorama europeu.

* Na Rússia, Boris Yeltsin é o primeiro presidente eleito de forma democrática. A Polônia e a Hungria caminham para o pluralismo político. Na Polônia, é eleito o primeiro-ministro Tadeusz Mazowiecki, ligado ao sindicalismo dissidente. Protestos populares ameaçam a queda dos regimes comunistas na Alemanha Oriental, Tchecoslováquia e Bulgária. Na Romênia, o presidente Nicolae Ceuasescu é derrubado e executado. Cai o muro de Berlim.

* Uma onda de nacionalismo e conflitos raciais leva à fragmentação da União Soviética, com a secessão das repúblicas bálticas (1990-1991).

* Aumenta a tensão política no Leste Europeu. A Iugoslávia se divide. Eslovênia e Croácia declaram independência (1991). Tem início a guerra civil na Bósnia-Herzegóvina (1992): os sérvios bósnios combatem os muçulmanos croatas.

* A unificação da Alemanha também traz problemas. Há desemprego em massa na Alemanha Oriental. As desconfianças mútuas entre velhos rivais da II Guerra Mundial reaparecem.

* A China também luta por democracia. Durante gigantesca manifestação estudantil, na praça Celestial, pela abertura do regime, ocorre violenta repressão por parte do poder político chinês, de orientação comunista. É grande o saldo de mortos e feridos.

* A rebelião palestina, a Intifada, contra os territórios ocupados pelos israelenses se expande, com a ampliação da imigração judaica para novas colônias em Israel.

* O barril de pólvora do Oriente Médio explode com a invasão do Iraque sobre o Kuwait. Segue-se violenta contra-ofensiva dos países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, contra o Iraque. A guerra termina com a libertação do Kuwait e a celebração de acordo entre os aliados e Saddam Hussein. O acordo impede que os xiitas do Sul do Iraque subam ao poder.

* Na África, em 1990, é libertado Nelson Mandela. O governo sob pressão e boicote internacional, inicia ações para acabar com o apartheid (1991).

* Os Estados Unidos, agora alçados à posição de "polícia do mundo", intervêm no Panamá e na Somália. Além disso, os norte-americanos comandam as negociações de paz no Oriente Médio.

 
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