Myth II

Homens musculosos envergando tangas de pele. Vilas em chamas. Flechas incendiárias riscando o céu enegrecido pela fumaça. Anões guerreiros. Legiões de zumbis. O cheiro de corpos em decomposição pela manhã... Bem-vindo ao mundo de Myth II! Estratégia em tempo real à categoria em que Myth II se encaixa -significa que você não controla um carinha, mas sim grupos, selecionando com o mouse e emitindo ordens: arqueiros protegendo a ponte, anões na colina, o mago na retaguarda e por aí afora.

Quando o pau come, você não tem muito controle individual, mas precisa prestar atenção nas formações e fazer correções em estratégia e posicionamento -coisas do tipo "ei, este guerreiro está sozinho e tomando um couro; melhor mandar uma galera ajudá-lo" ou "lá vai o anão fazer merda de novo e explodir o meu exército (eles adoram fazer isso); é preciso mandá-lo pro outro lado". Ao contrário dos demais jogos do tipo, o Myth II deixa de lado a parte logística -coisas do tipo mineração, construção de prédios e formação de novas unidades; ou seja, você precisa se virar com o exército que ganha no início da fase (mais eventuais reforços que pintam de vez em quando).

Aqueles que sobrevivem acompanham você na próxima; portanto, pense duas vezes antes de mandar caras experientes pra roubada indiscriminadamente. As unidades são as velhas conhecidas da primeira versão, com algumas novidades divertidas: os arqueiros agora podem atirar flechas incendiárias, há anões armados com morteiros, soldados com armadura resistente às flechadas e um mago que atira impressionantes bolas de fogo. Evidentemente, o lado do Mal também tem algumas surpresas desagradáveis, mas jogue você para saber...

Visual perfeito

Graficamente não houve muita evolução, o que não chega a ser um problema -o original já era show. A mistura de 3D (para o chão e as estruturas maiores) com sprites 2D (para coisas como personagens, árvores e bichos) dá um efeito muito realista. Na versão 2 há mais efeitos de altura, ambientes internos e detalhes bacanas como bichos na floresta, fogo que se alastra, neblinas, cachoeiras, tempestades... Assim como no Myth original, depois de uma batalha o chão permanece chamuscado, ensangŸentado e salpicado de pedaços de cadáveres - que satisfação! Mas, se você teme que esse tipo de coisa transforme seus pimpolhos em psicopatas, há sempre a politicamente correta opção "sem sangue".

A interface continua difícil, mas é o tipo de coisa que vale a pena aprender. A nova palete ajuda bastante: agora dá pra controlar praticamente tudo pelo mouse. Você presta menos atenção no teclado e mais na tela. Movimentar a câmera de um modo eficiente continua sendo uma das chaves para uma boa batalha; e não subestime a importância de agrupar suas unidades em presets -para não ter que perder tempo tentando selecionar um anão correndo entre as árvores enquanto o pau come solto. A parte de jogo em rede é bem feita e tem tudo o que se esperaria. O mais bacana é o pega-pra-capar pela Internet: um site servidor (www.bungie.net) tem suporte a times, ranking e chat durante o jogo. Você começa como soldado raso, com um ícone de espadinha, e vai subindo de posto! Há também a possibilidade de jogar IP-a-IP direto: basta antes mandar o seu IP pro adversário pelo ICQ ou email (use o freeware MyIPAddress para achar o seu IP certinho) e boa pancadaria! Quando esse tema de fantasia medieval finalmente encher o saco, dê uma checada nos editores de terreno e unidades, que no fim das contas são a maior novidade desta versão.

Não são fáceis de usar, mas o controle que oferecem é completo. Já existem por aí Myths II adaptados para a Segunda Guerra Mundial, para o Velho Oeste e até mesmo para o universo Marathon! E, pra fechar com chave de ouro, esta versão está totalmente traduzida pro português. Não é indispensável, mas entender a história aumenta bastante o prazer do jogo. Embora a qualidade da tradução e das locuções seja bem boa, ainda fica aquela sensação de novela mexicana do SBT. O que não é necessariamente mau -boas risadas garantidas!

Tom B.

volta

 

vai

Índice de Matérias

Volta para a capa