Estação Espacial Internacional - 10 anos de ocupação ininterrupta

O que era para ser a marca definitiva do Brasil na história da exploração espacial, acabou se tornando uma frustração. A possível participação do País na ISS foi marcada por altos e baixos até, em 2007, o país sair definitivamente do projeto.

Apesar de oficialmente constar entre os países colaboradores, o Brasil acabou saindo do projeto - devido a uma série de atrasos nos equipamentos pedidos da Nasa - sem fornecer nem um parafuso à Estação. Eram previstos US$ 120 milhões em investimentos. Até mesmo a Agência Espacial Brasileira (AEB) admite hoje que o País não colaborou em nada na construção da ISS.

Contudo, antes disso, o Brasil conseguiu mandar seu primeiro - e único - astronauta à estação. Marcos Pontes viajou em 2006 - no centenário do voo do 14-Bis, de Santos Dumont - para conduzir oito experimentos. Comemorada por um lado, e criticada por outro, a viagem de Pontes custou ao governo US$ 10 milhões, e o principal resultado foi comprovar que feijões podem germinar no espaço.

Natural de Bauru (SP), o brasileiro tinha 43 anos e ficou marcado pela frase "a Terra não é azul, e sim colorida" - uma brincadeira com Yuri Gagarin. Formado em Engenharia Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), foi selecionado em 1998 pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para participar de um treinamento para astronautas da Nasa - a agência espacial americana. Em 2000, quando acabou o treinamento, passou a ser considerado astronauta e a fazer parte da equipe da Nasa. No ano seguinte, a esperada viagem ao espaço foi abortada e só foi retomada em 2006.

No dia 29 de março, às 23h29 (horário de Brasília), Pontes decolou da plataforma de Baikonur, no Cazaquistão, rumo à ISS. Na estação, executou oito experimentos, como o teste de um sistema de refrigeração no espaço, a observação de como a clorofila atua em microgravidade e a germinação de feijões.

Esta última experiência - que consistia em plantar feijões na ISS ao mesmo tempo em que outros eram plantados em uma escola em São José dos Campos (SP) - foi considerada um sucesso (os feijões germinaram no espaço).

Segundo a AEB, apesar de Pontes dividir o trabalho entre Houston, nos Estados Unidos (onde mora), e Brasil, ele continua à disposição do Programa Espacial Brasileiro como astronauta, caso ocorram novas missões do País no espaço.

Foto: Nasa/Divulgação
Foto: Nasa/Divulgação

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