A CPI da Segurança Pública ocupa as manchetes
dos jornais gaúchos há muito tempo, muito antes
das últimas denúncias contra o governo estadual.
O motivo: o PT acusa a Comissão de ser um
instrumento político da oposição, que quer
apenas se colocar contra a administração
petista. Os deputados da oposição defendem a investigação
dizendo que o Estado está mergulhando em um mar
de criminalidade e insegurança, cujos motivos
precisam ser investigados.
As discussões sobre a implantação ou não da CPI foram muitas, com o governo acusando deputados de fraudar assinaturas no pedido de instalação, rebatidas com o clássico "quem não deve não teme". De acordo com o governo estadual, a CPI não poderia ser instalada porque não teria objeto de investigação: Segurança Pública é algo muito amplo. Contra este argumento os deputados disseram que o tema era amplo, mas merecia uma investigação.
Mesmo assim, a CPI da Segurança Pública foi instalada. O ponto alto da investigação aconteceu quando o ex-delegado Wilson Müller entregou um CD que disse ter recebido de um alto funcionário da Secretaria de Justiça e Segurança. A gravação mostra uma conversa entre o ex-chefe da Polícia Civil, Luiz Fernando Tubino, e o presidente do Clube da Cidadania, Diógenes de Oliveira.
Segundo a CPI, trechos da gravação comprovam a utilização de dinheiro do jogo do bicho para financiar a campanha do governo do PT em 98. Tubino reconheceu o teor da gravação. O governador Olívio Dutra negou a ligação do PT gaúcho com o jogo do bicho. "Não há nada que possa comprovar o nosso envolvimento, a não ser a iniciativa de pessoas que nada têm a ver com o Governo". O governador ressaltou que Diógenes não possui delegação para falar em nome do governo gaúcho, como disse na gravação, "Não preciso de porta-voz".
Redação
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