Pesquisadores revelaram no início de 2001, em Tóquio, detalhes descobertos durante mais de uma década de estudos para decifrar o genoma humano. O anúncio do mapeamento do código genético humano foi feito também em Berlim, Londres e Washington. O mapa genético apresentado pelos cientistas indica que o homem é biologicamente mais simples do que se imaginava, com cerca de 30 mil genes, apenas duas vezes mais do que uma mosca e uma vez e meia mais do que um verme.
A seqüenciamento genético do homem é considerado uma das descobertas mais importantes de todos os tempos. Os resultados dos estudos foram publicados pela revista norte-americana Science, que traz os dado obtidos pela empresa de biotecnologia Celera Corporation, e pela britânica Nature, com os informações do Projeto Genoma Humano (PGH), um consórcio formado por 16 instituições públicas de pesquisa.
A Celera e o PGH são grupos científico e economicamente rivais. A Celera começou suas pesquisas nessa área 1998, enquanto projeto internacional PGH teve início oficialmente em Washington, em 1990.
Resultados
A análise do nosso patrimônio genético mostra especialmente que há muitas áreas quase desertas, com poucos genes, agrupados principalmente em lotes, e pistas de troca de genes com bactérias. O genoma tem um grande número de variações. Mais de 2 milhões delas, identificadas pela Celera, têm importância para pesquisas médicas especializadas. Essas mudanças sutis, designadas polimorfismos mononucleotídicos ou SPN, distinguem os indivíduos.
O atual mapa do genoma ainda não disse tudo sobre a sua química, mas oferece um roteiro da natureza da composição. A análise do genoma humano determinou que a composição genética dos homens não é radicalmente diferente dos outros mamíferos. A Celera concluiu, por exemplo, que há somente 300 genes que se encontram nas pessoas e não estão nos ratos. A companhia afirma ter descoberto as sequências de 99% do genoma humano e reuniu três bilhões de letras do código genético utilizando mostra de DNA de cinco pessoas.
A descoberta tem potencial para revolucionar a medicina. Conhecer a composição do genoma humano deve levar à criação de tratamentos preventivos e de medicamentos revolucionários, preparados para cada indivíduo. Os pais poderiam saber se seus filhos terão defeitos genéticos quando ainda são embriões. Entretanto, as descobertas genéticas também causam medo da discriminação e da seleção de bebês.
Redação Terra
volta