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O grande inimigo político de Jader também foi alvo de acusações
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  Negociatas e amizades  ligam Jader as fraudes
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As irregularidades na relação de Jader Barbalho com o Banco do Estado do Pará (Banpará) vêm de longa data e não se resumem ao desvio de dinheiro com destino a uma conta no Rio de Janeiro. De acordo com investigações do Banco Central, a instituição financeira era usada por Jader para recompensar colaboradores de campanha.

Uma auditoria feita em 1984, quando Jader era governador, apontou irregularidades nas contas da instituição. As investigações dos técnicos chegaram até a agência central do Banpará, que registrava enormes rombos devido a inadimplência na carteira de empréstimos. Interrogado sobre o que estaria acontecendo, o gerente, Marcílio Guerreiro Figueiredo, respondeu que estava tentando colocar a casa em ordem, mas duas empresas não eram cobradas por serem "ligadas ao governador". As empresas J.M. Administração e Participação e Eccir eram de propriedade de José Maria Mendonça, que foi um dos grandes finaciadores da campanha de Jader.

Além deste uso pouco ético o relatório final do Banco Central sobre as contas da instituição apontou também o desvio de mais de R$ 2,5 milhões. Os técnicos apuraram a emissão irregular de 18 cheques administrativos, que chegam a um valor total de R$ 2,678 milhões. Desse montante, 11 cheques, correspondentes a R$ 1,757 milhão, foram contabilizados como sendo para pagamento a aplicadores do Banpará. Esses valores serviram para compor aplicações em títulos de renda fixa, ao portador, junto à agência Jardim Botânico do Banco Itaú, no Rio. Traduzindo: o dinheiro foi retirado e depositado de uma forma - títulos ao portador - que não pode ser facilmente rastreada.

Mas as investigações conseguiram provas de que o dinheiro foi sacado por Jader, seus familiares, laranjas e empresas ligadas ao então governador. Além disto a análise da conta do Itaú mostrou que mais de R$ 10 milhões foram depositados ali. A diferença entre este valor e o dinheiro desviado do Banpará é atribuida a supostos pagamentos de propinas a Jader Barbalho.

  A DEFESA
Agência Brasil Jader assume que assinou alguns dos cheques administrativos do Banpará, mas se defende dizendo que os cheques assinados por ele e divulgados pela imprensa "correspondem à pequena quantia de pouco menos de R$ 100". De acordo com ele, dois depósitos igualmente citados nas investigações somariam valores irrisórios de R$ 3.790.

O senador também reconheceu como dele a assinatura de um cheque administrativo do Banpará no valor de Cr$ 93 mil, que teria sido usado para a aquisição de títulos ao portador. Mas sua prova maior contra as acusações é um documento de 1992, assinado pelo então presidente do BC, Francisco Gros (foto), que diz não haver prova contra ele.

Gros diz que realmente assinou os documentos, mas que em momento algum disse que Jader era inocente, afirmou apenas que o nome do político não constava do relatório do BC.



Redação Terra
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