As suspeitas envolvendo o presidente do Congresso, Jader Barbalho (PMDB-PA) datam da época em que era governador do Pará, mas nunca foram investigadas. O primeiro grande movimento com o objetivo de esclarcer as dúvidas sobre a origem da fortuna de Jader aconteceu em 1992, quando a Câmara recolheu 231 assinaturas para instalação de uma CPI contra ele. A Comissão deveria investigar o período em que o parlamentar foi ministro da Reforma Agrária (1987-1988) e da Previdência Social (1989-1990). O pedido de CPI se arrasta até hoje na Câmara, onde tramitou por 22 lugares diferentes, entre comissões, Mesa Diretora e plenário.
Além do processo da Câmara a Justiça do Pará também investigou o parlamentar. Ele é suspeito de desviar recursos do Banco do Estado, o Banpará, na época em que foi governador (1984-1987). De acordo com um relatório do Banco Central, pelo menos R$ 2,5 milhões foram retirados do banco e depositados em contas de Jader no Rio de Janeiro.
Outro fato que também depõe contra Jader Barbalho são suas ligações com a liberação de verbas da extinta Superintendência para o Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Durante anos ele manteve o controle das indicações para o comando do orgão. Foi ele o responsável, por exemplo, pelas nomeações de José Artur Guedes Tourinho e de Maurício Vasconcelos, ex-superintendentes demitidos por envolvimento em projetos irregulares. Além disto ele próprio reconheceu ter feito negócio com o empresário José Osmar Borges, apontado pelo Ministério Público Federal como o maior fraudador da Sudam. O empresário, acusado de desviar mais de R$ 133 milhões de recursos públicos, foi sócio de Jader em negócios suspeitos envolvendo posses de terra no Pará.