O Prêmio Nobel da Paz de 2001 foi atribuído conjuntamente esta sexta-feira à Organização das Nações Unidas (ONU) e a seu secretário geral, Kofi Annan, anunciou o Comitê Nobel da Noruega. Annan e a ONU foram premiados por "seu trabalho em favor de um mundo mais organizado e mais pacífico", indicou.
"Kofi Annan tem dedicado quase toda sua vida profissional às Nações Unidas. Como secretário geral, atuou para dar uma nova vida à organização, interessando-se particularmente pelos direitos humanos", explicou o comitê. "Em uma organização que não pode ser mais que o que seus membros lhe permitem ser, Annan demonstrou que a soberania não pode ser um escudo por trás do qual os Estados escondem suas violações", acrescentou.
Ao conceder este prêmio pela primeira vez à ONU, o comitê quis "proclamar que a única via negociável para a paz e a cooperação mundiais passa pelas Nações Unidas", apesar de alguns fracassos registrados no curso de sua história, estimou o Comitê Nobel. O Comitê Nobel - júri que designa o laureado e é composto de cinco personalidades nomeadas pelo Parlamento norueguês - teve sua última reunião no dia 28 de setembro, pouco mais de duas semanas depois dos atentados nos Estados Unidos.
Até agora, somente um secretário da ONU tinha sido recompensado com o importante prêmio e mesmo assim a título póstumo, o sueco Dag Hammarskjoeld, em 1961. Por sua parte, a ONU nunca havia obtido o prêmio, embora tenham sido recompensadas várias de suas agências e instituições especializadas, como Unicef, Acnur e Capacetes Azuis. O Nobel da Paz, que celebra este ano seu centenário, será entregue no dia 10 de dezembro em Oslo, numa cerimônia oficial, com a presença de numerosos laureados anteriores.