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Americanos e japonês dividem o Nobel de Química
10 de outubro de 2001

O Prêmio Nobel de Química 2001 foi atribuído a Wiliam S. Knowles (EUA), Ryoji Noyori (Japão) e K. Barry Sharpless (EUA) por suas pesquisas sobre a estrutura molecular, que tem hoje aplicações em farmacologia, em particular no tratamento do mal de Parkinson. William S. Knowles e Ryoji Noyori foram recompensados por seus trabalhos sobre as reações de hidrogenação catalizada por quiralidade", e K. Barry Sharpless "por seus trabalhos sobre as reações de oxidação catalizada por quiralidade".

Trata-se de um procedimento químico destinado ao que poderia ser designado como a separação do jóio do trigo no domínio das moléculas. Na verdade, as moléculas em questão possuem propriedades farmacológicas e toxicológicas diferentes, quando não diamentralmente opostas. Algumas moléculas apresentam a propriedade de ter formas ópticas diferentes, como as mãos, por isso são denominadas quirais (do grego "cheirós", mão). Uma molécula dessas não pode se sobrepor à sua imagem em um espelho ou em um duplo plano geométrico (forma direita e forma esquerda). Uma das formas é benéfica e pode constituir um componente farmacêutico. A outra, porém, pode ser nociva.

O cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) foi pioneiro neste domínio, tendo descoberto a quiralidade das móleculas de vários ácidos. Um século mais tarde, suas descobertas e as de vários sucessores são objeto de uma imensa batalha pelo registro de patentes industriais. Os trabalhos dos cientistas premiados pela Real Academia de Ciências da Suécia, permitiram a preparação concreta de catalizadores para a produção de moléculas da "forma inversa óptica" desejada. As moléculas produzidas por reação produzem por sua vez milhões de moléculas "boas".

Estes avanços científicos se aplicam atualmente na elaboração de antibióticos, antiiflamatórios, e cardiotônicos, esclareceu a Academia. Williams S. Knowles fez catalizadores quirais que possibilitaram a elaboração de medicamentos usados em tratamento do mal de Parkinson. O japonês Royji Noyori deu continuidade a esses trabalhos, o que permitiu a modernização dos catalizadores. "K. Barry Sharpless, por sua vez, foi premiado pelo desenvolvimento de catalizadores quirais utilizados para outro tipo de reação importante: as reações de oxidação", acrescentou a Academia.

William S. Knowles, de 84 anos de idade, hoje aposentado, trabalhou durante muito tempo para a empresa norte-americana Monsanto em St Louis (Missouri). O japonês Ryoji Noyori, de 63 anos, é professor da Universidade de Nagoya (oeste do Japão). A Academia deu a eles dois a metade do prêmio, do total de 10 milhões de moedas suecas (US$ 900 mil) oferecidos pela Academia. A outra metade do prêmio pertence a Sharpless. Este último, de 60 anos, é catedrático de Química da Scripps Resarch Institute de La Jolla, grande centro de pesquisa da periferia de San Diego (Califórnia).

AFP

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