Uma "demência subcortical moderada" salvou o ex-ditador e general chileno Augusto Pinochet de uma possível condenação caso o processo que corria contra ele seguisse.
A Corte de Apelações de Santiago encerrou no dia 09 de julho de 2001 o processo contra o ex-ditador chileno, Augusto Pinochet, por crimes cometidos durante o regime militar no país, após declarar sua imunidade por insanidade, a única razão que admite o encerramento de um processo no Chile.
Segundo fontes judiciais, dois dos três juízes que integraram a segunda sala do tribunal aceitaram os argumentos da defesa de Pinochet, que se baseou na causa de "loucura" ou "demência" para evitar uma eventual condenação do general aposentado, que tem 85 anos.
Pinochet, que sofreu uma infecção bucal que o manteve hospitalizado em 2001 por quase uma semana, estava sendo processado como mandante de 75 homicídios e seqüestros ocorridos durante a época em que governou o Chile com mão de ferro, de 1973 a 1990.
Um relatório médico enviado ao tribunal chileno mostrou que Pinochet sofre de "uma demência subcortical moderada", que provoca perda seletiva da memória. Promotores argumentavam que ele estava suficientemente saudável para enfrentar um julgamento.
PROCESSOS
Augusto Pinochet foi um dos homens mais procurados do mundo. Além de ter mais de 160 processos contra ele no Chile, dezenas de advogados de nove países tem processos cotra ele. Agora, porém, o ex-presidente não será mais julgado.
Uma enquete realizada na capa deste especial entre agosto de 2000 e julho de 2001 perguntava aos internautas o que eles achavam que aconteceria com o ex-ditador. Os 2078 votos foram divididos da seguinte forma: 34.7% afirmaram que ele morreria antes mesmo de ser julgado; 26.7% acreditavam que Pinochet seria declarado inocente pela Justiça; 21.8% das pessoas votaram na opção que realmente aconteceu - o ex-presidente chileno foi declarado incapaz de ser julgado por causa de sua saúde; os 16.8% restantes afirmaram que ele seria preso.
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