O mais longo caso de cárcere privado do Estado de São Paulo ficou marcado também pela polêmica em torno da ação da polícia, principalmente no fato da refém Nayara ter retornado ao apartamento após ser liberada por Lindemberg. Autorizada pela polícia, a adolescente se aproximou da entrada do imóvel para negociar com o rapaz. Segundo ela, o jovem abriu a porta, apontando a arma para a cabeça de Eloá, e disse que se Nayara entrasse, se entregaria. Uma vez no apartamento, ela voltou a ser mantida refém. O episódio mobilizou o Conselho Tutelar no local do cárcere.
Mas a principal crítica à polícia foi em relação à entrada no apartamento. No quinto dia de negociações e com o rapaz dando sinais de cansaço, policiais alegaram ouvir som de um disparo de dentro do imóvel e iniciaram a invasão. Eles explodiram a porta, mas demoraram alguns segundos para ingressar porque havia uma barricada no local. A confusão, apontou a perícia, deu tempo para que Lindemberg disparasse contra as reféns antes de ser dominado. Em depoimento, Nayara afirmou não ter ouvido tiro antes da explosão e, por meio de sua defesa, Lindemberg disse só ter atirado depois da invasão.
A atuação de emissoras que faziam a cobertura do cárcere privado foi criticada, já que Record, RedeTV! e Rede Globo veicularam entrevistas com Lindemberg por telefone, de dentro do cativeiro. Para a polícia e especialistas em situações de risco, a atuação de jornalistas como "intermediadores" atrapalhou as negociações e inflou o ego de Lindemberg.
foto: Marcelo Pereira/Terra