Lília Amorim

O candidato ao governo, o Bassuma, é um militante da causa pró-vida, contra o aborto. Isto tem causado críticas aos pró-vida, sobre os quais recai a pecha de fundamentalistas religiosos. O que dizer quanto a isso?
Sou totalmente a favor da vida, pois sou um exemplo de superação da própria vida, quando minha mãe fez uma tentativa de aborto e não conseguiu. Eu criei um vínculo forte com a vida. Então, acho que (o aborto) não é apenas tirar um caroço, um tumor, não é isso. A mulher tem realmente direito sobre seu corpo? Tem. Ok. Mas ali (o feto) não é mais um direito dela, é uma criança, é uma vida que não é mais dela. Não cabe mais a ela tirar a vida. Ela não é Deus. Eu penso como o partido, como o Bassuma. Se fosse legalizar o aborto agora, seria uma banalização da vida. Cabe a nós decidir sobre a vida de um ser humano ou de qualquer outra vida? Já estão colocando uma criança como um tumor, um caroço. Então digo, vou tirar este caroço. Eu conheço pessoas que fizeram seis abortos, sem culpa. O meu comprometimento não é religioso, é com Deus, vou além da religião.

E nos casos de risco de morte para as mães e de estupro? Qual sua opinião?
Quem ama a vida supera qualquer tipo de obstáculo. Eu seria capaz de amar o filho de um estupro em meu corpo. Se acho que seria capaz, qualquer pessoa pode. Por aí passa o perdão. Eu não vou nunca condenar uma mulher que vai fazer um aborto porque foi estuprada. Ou que está salvando sua vida em detrimento da vida de um ser que pode matá-la. Mas teria esse filho, daria minha vida por ele, e também amaria o filho de um estupro. Se eu, como ser humano, sou capaz de sentir isso, que é o verdadeiro amor ... O que as religiões preconizam? Amar e perdoar. Então a gente é só teoria? A gente tem que amar mesmo quem nos feriu. Até no catolicismo mesmo fala para dar a outra face, perdoar seu inimigo. Se partimos do princípio de que a sua vida é mais importante que a vida de seu filho, é melhor nem querer ser mãe. A mãe doa. Para mim é inquestionável isso.

Formada em veterinária, Lília afirma que cuidar dos animais é uma forma de superação. foto: Divulgação
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