Os Povos Indígenas do Oiapoque, no Amapá, exigem uma contrapartida que soma R$ 24 milhões para permitir o asfaltamento da BR-156, rodovia que atravessa um território de sua reserva. Este valor é o custo das obras de melhorias das aldeias, que inclui deslocar as casas para longe da estrada. A compensação está sendo negociada por parlamentares amapaenses em Brasília e pelo governo do Estado.
Segundo o deputado federal Sebastião Bala Rocha (PDT), o valor inicial das compensações era de R$ 60 milhões. Após negociar com integrantes da comissão transfronteiriça, que acompanha as obras para a instalação da ponte sobre o rio Oiapoque, conseguiram reduzir o valor para R$ 24 milhões. A urbanização completa das aldeias está incluída no pacote.
Cacique geral da região, pertencente à etnia Caripuna, Paulo Roberto da Silva explica que o total da comunidade é de 100 casas, distribuídas entre 10 e 15 aldeias. Além do deslocamento das casas, os indígenas pleiteiam a fiscalização, com postos de vigilância munidos com carros meios de comunicação, vinculados à Funai. “Só queremos que o governo federal cumpra com as obrigações”, diz o índio.
As compensações se devem aos possíveis problemas que o asfaltamento da rodovia poderia trazer à população na forma de contaminação química dos indivíduos mais vulneráveis, como idosos e crianças. “Pedimos para o governo desviar a estrada. Mas alegam que não têm condição. Então que tire as aldeias, mas com toda a estrutura”, diz.
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