Um novo estudo mostra que mesmo uma caminhada de 15 minutos pode ajudar idosos saudáveis a se sentirem melhor e com mais energia, resultado que acrescenta mais evidências de que andar faz bem à saúde. Esse dado contraria as afirmações anteriores da psicologia do exercício que diziam que as alterações do humor "ocorriam apenas por meio da prática de exercícios que excedem determinados limites de intensidade e duração," informaram Panteleimon Ekkekakis e Roxane Joens-Matre, ambos da Universidade Estadual de Iowa."Na nossa opinião, esses resultados influenciarão a probabilidade de as pessoas aderirem a programas de exercício por longos períodos", disse Ekkekakis à Reuters Health. "Geralmente, as pessoas repetem o que as faz se sentirem bem e evitam atividades que causam sensação ruim." O estudo de Ekkekakis e Joens-Matre incluiu 20 homens e mulheres que completaram questionários antes, durante e ao final de uma caminhada de 15 minutos na esteira, feita em ritmo moderado, ou de um período de 15 minutos de descanso após andar. Em média, os participantes tinham 53 anos de idade.
Após a caminhada, os voluntários informaram se sentir com mais energia e menos cansaço. Eles também apresentaram a tendência de relatar mais sentimentos agradáveis, observaram os pesquisadores. Além disso, após o descanso depois do exercício, os voluntários sentiram-se mais calmos que antes de começar a caminhada. "Com base nos resultados obtidos até o momento, acreditamos ser muito mais provável que um programa de caminhada seja realizado por longos períodos que um programa de exercícios mais vigoroso", disse Ekkekakis.
A caminhada foi a única atividade física a produzir - tanto durante quanto depois do exercício - as alterações positivas observadas nessa pesquisa, informou Ekkekakis. Embora os praticantes de atividades mais intensas possam experimentar alterações positivas após o exercício, nem sempre eles apresentam sentimentos semelhantes durante a realização da atividade, disse o especialista.
"Caminhar não tem custo, é familiar e seguro," acrescentou Ekkekakis. Ao contrário da crença popular que afirma "sem dor, sem ganho, já se mostrou que a caminhada regular a uma velocidade moderada reduz o peso corporal, a incidência de diabete tipo 2 e a pressão sanguínea", explicou o especialista.
"Por isso, muitas pessoas dizem que o equipamento de ginástica mais efetivo é um cachorro", observou Ekkekakis. Os resultados do trabalho foram apresentados no início do mês durante a conferência da Sociedade Norte-Americana de Psicologia do Esporte e da Atividade Física, realizada em Hunt Valley (Maryland).