A terapia comportamental pode proporcionar, no mínimo, tantos benefícios para os adolescentes que sofrem de enxaqueca quanto os medicamentos de uma classe relativamente nova, prevêem pesquisadores da Universidade de Ohio. De acordo com os dados apresentados na sexta-feira, durante o encontro anual da Sociedade Americana de Dor de Cabeça, realizado em Seattle (Washington), 30 pacientes afetados pela enxaqueca - todos com idade entre 12 e 17 anos - foram divididos aleatoriamente em grupos: um deles fez terapia comportamental domiciliar, enquanto o outro usou drogas conhecidas como triptanos.
Os integrantes do grupo da terapia comportamental receberam um manual escrito por Connie K. Cottrell, de Westerville (Ohio), denominado "STOP" - sigla em inglês para "estratégias para eliminar a dor." Os tópicos do STOP ensinavam a identificar os sinais precoces de enxaqueca, a administrar os fatores que causam a dor de cabeça, além de relaxamento, biofeedback e controle do estresse.
Os adolescentes também receberam treinamento em terapia de biofeedback e aprenderam a relaxar os vasos sanguíneos da cabeça por meio do aumento da temperatura do corpo. "Foi interessante observar que os adolescentes tiveram mais facilidade para fazer o biofeedback que os adultos", declarou Cottrell em uma nota da Universidade de Ohio.
Durante o período do estudo, os jovens que integraram o grupo da terapia comportamental apresentaram uma redução significativa na média mensal de episódios de enxaqueca, que caíram de 3,67 para 1,27. O número total de dias em que tiveram enxaqueca também diminuiu de 4,33 para 1,33. Além disso, houve diminuição da incapacidade total e uma melhora da qualidade de vida.
Os voluntários que usaram os triptanos tiveram redução da duração da enxaqueca - que passou de 6,79 horas, em média, para 2,78 horas - e do número total de horas que se sentiam incapacitados. A melhora posterior, no entanto, foi menor que a obtida pelas pessoas que fizeram a terapia comportamental.
"Tanto o tratamento com os triptanos quanto a terapia comportamental domiciliar parecem ser efetivos para adolescentes com enxaqueca", observaram os pesquisadores. "A terapia comportamental domiciliar pode produzir um custo-benefício positivo e ser uma alternativa válida ao tratamento com drogas para controlar a enxaqueca em adolescentes."