Uma das dificuldades no diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos é a falta de consenso na definição da síndrome. O diagnóstico da SOP é realizado essencialmente pelo quadro clínico, mas o médico pode dispor de exames laboratoriais e ultra-sonografia. Nas mulheres com SOP, em média, a incidência de infertilidade é de 74%, irregularidade menstrual em 29%, ausência de menstruação em 51%, hirsutismo (excesso de pêlos) em 69% e virilização (apresentar características sexuais masculinas) em 21%.
A irregularidade menstrual da SOP inicia tipicamente na menarca e é crônica.
O excesso de androgênio (hormônio masculino) na SOP é geralmente manifestado por vários graus de hirsutismo, acne e alopecia (queda de cabelo de cabelo). Os sinais mais avançados, como aumento do clitóris e perda da silhueta feminina, podem estar associados ao hiperandrogenismo, que é aumento da produção de hormônios masculinos.
Na ocorrência de sinais de virilização, como engrossamento da voz, aumento de massa muscular e alopecia temporal, deve-se descartar a presença de tumor.
Entre os exames laboratoriais, recomenda-se a realização das dosagens de prolactina e hormônio tireóide-estimulante (TSH), hormônio luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH). Além disso, é realizado perfil de androgênio.
Como a SOP está associada ao maior risco de doença cardiovascular e resistência à insulina, também se recomenda a dosagem de perfil lipídico, glicemia e insulina de jejum.
A ultra-sonografia pélvica ou transvaginal é método de imagem também utilizado no auxílio diagnóstico da SOP. Podem-se observar ovários com características de múltiplos cistos de 0,4 a 0,7 cm e volume ovariano aumentado, normalmente maior que dez centímetros cúbicos. Deve-se lembrar que a ausência de imagem de ovários micropolicísticos não exclui o diagnóstico da SOP.
Hugo Joaquim