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CUBA
Injeção de dólares transforma a ilha de Fidel
Governo investe US$ 500 milhões em reformas dos prédios históricos de Havana

THIAGO DECIMO/AE
Reformados, os prédios ainda mostram personagens importantes da história da revolução cubana, como Che Guevara

É praticamente impossível ficar indiferente a Cuba. E não importa se os resultados do que imaginaram Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara no fim da década de 50 para a ilha deram certo ou não. O fato é que Cuba virou mito para o mundo ao desafiar o vizinho todo-poderoso Estados Unidos. E um desafio, diga-se, muito longevo para as pressões que a ilha, de apenas 12 milhões de habitantes, sofre: já se passaram 40 anos da revolução e Fidel continua lá, firme e forte.

Já na chegada, enquanto os simpáticos ao regime socialista imposto por Fidel não conseguem esconder a emoção e as lágrimas, americanóides de carteirinha disparam as mais duras críticas. "Cuba não é tão bom quanto dizem nossos amigos nem tão ruim como pintam os inimigos", brinca o vice-ministro de Turismo da ilha, Juan Hernández Méndez.

De certo modo, todos têm razão. Havana, a capital, não prima pela preservação de seu patrimônio histórico, pela limpeza das vias ou pela segurança - quem assistiu ao emocionante Buena Vista Social Club nos cinemas pode conferir nas cenas em que os músicos caminham pelas ruas. Em compensação, nota-se que o esforço do governo para propiciar bons sistemas de educação e saúde para a população vingou. Não é raro topar com algum nativo na rua tão ou mais informado sobre a economia ou a política brasileira que os próprios brasileiros.

Recuperação
O país vive um momento muito diferente do registrado depois da grande depressão que o assolou, após a queda da União Soviética, em dezembro de 1991. "Entre 1992 e 1993, passamos por várias quedas de energia, que chegavam a durar dias, e por grandes problemas no abastecimento de alimentos", lembra a comerciante Maria Cristina Quiroga Veitia.

O problema foi causado pelo fim do fornecimento de petróleo, que era garantido pela União Soviética. Cuba passou, então, por uma dura fase de racionamentos e de insatisfação da população com o sistema - foi o auge da fuga de cubanos para os Estados Unidos.

Foi aí que o governo começou a investir em áreas que poderiam trazer mais divisas para a ilha e passou a privilegiar o turismo. Tacada certeira. O número de visitantes saltou de 365 mil, em 1990, para 1,6 milhão no ano passado. E a perspectiva é que o setor continue crescendo em torno de 20% por ano.

Não é à toa que o turismo já é, disparado, o principal ramo econômico do país. Ano passado, movimentou cerca de US$ 2,2 bilhões na ilha. Para se ter uma comparação, o envio de dólares de cubanos que moram no exterior para o país, segunda maior fonte de renda de Cuba, foi responsável pela injeção de US$ 1 bilhão na economia local.

Percebendo a força do turismo, o governo começou, enfim, a se mexer para fazer as reformas nos edifícios históricos e nas fachadas das construções.

Depois de 40 anos, por exemplo, El Malecón, a parte nova de Havana, vai passar por uma remodelagem. Pela cidade inteira vêem-se andaimes e guindastes. "Vamos investir US$ 500 milhões só no embelezamento da capital", promete o vice-ministro Méndez.

Orgulho
Com a economia relativamente equilibrada, apesar do forte boicote que os Estados Unidos impõem ao país desde 1962, os cubanos voltaram a mostrar orgulho por não se dobrarem ao que chamam de "arbitrariedades" do vizinho mais forte. Com isso, ficaram ainda mais simpáticos e festeiros. Puxam papo, cantarolam o tema de O Rei do Gado - novela que está batendo recordes de audiência na ilha - para qualquer brasileiro e mostram-se solícitos na resolução de problemas.

Ao mesmo tempo, porém, a corrida pelos dólares dos turistas faz com que muitos nativos torrem a paciência vendendo todo tipo de coisas na rua, de moedas com a efígie de Che a charutos clandestinos. E eles vão seguindo os visitantes até a próxima cidade, se for preciso. Cantam, arriscam falar português, enfim, fazem de tudo para conseguir um punhado de notas americanas - que são aceitas livremente na ilha de Fidel, aliás.

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O Estado de S. Paulo

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