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CUBA
Siga os passos de Hemingway e González
O escritor americano e o músico do Buena Vista indicam os melhores passeios

THIAGO DECIMO/AE

O sucesso do filme Buena Vista Social Club, de Wim Wenders, além de reacender o interesse mundial por Cuba, mostra traços importantes da cultura do país. Havana Velha é bem aquilo que aparece na tela: prédios antigos, gente zanzando nas ruas, automóveis dos anos 50 para lá e para cá.

O acervo arquitetônico da área rendeu a ela o título de Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco, em 1982.

E é um passeio a pé pelas ruas do centro histórico da cidade a principal sugestão do multiinstrumentista Juan de Marcos González para quem quiser captar a essência da vida cubana. González foi um dos principais responsáveis pela reunião do grupo de velhinhos músicos cubanos.

Ele sabe o que diz. É quase a personificação do cubano típico do imaginário mundial. Camisa multicolorida semi-aberta, cigarro Popular (marca cubana), sem filtro, pendurado no canto da boca, ele conversa com as pessoas sempre na companhia de um copo de rum. Descontraidamente, cantarola enquanto fala.

Em Havana, González também indica um dos lugares mais freqüentados pelos músicos cubanos: a Federação Estudantil Universitária (FEU), na esquina das Ruas 27 e K. "Muitos grupos famosos surgiram lá", conta. Todos os anos, a casa é palco do Festival Nacional da Cultura, que tem como ponto alto a apresentação de conjuntos musicais.

Badalação
Festa é tão especialidade dos cubanos quanto charutos e rum. A impressão é que, a todo momento, em toda esquina da capital, há gente formando "rodas de salsa". Assim, qualquer boteco vira diversão garantida. Bom exemplo é o La Lluvia de Oro, na esquina das Ruas Obispo com Havana, em Havana Velha. Tem sempre salsa ao vivo. A cerveja - arrisque experimentar a Mayabe, local - custa US$ 1.

Apesar de haver festas em todo lugar, algumas casas de espetáculo acabaram conquistando fama mundial com aquela combinação de danças com espetáculo circense que tanto encanta os turistas.

No perfil encaixam-se o Café Cantante, na Plaza de la Revolución - palco das manifestações de 1º de maio e dos discursos de Fidel após a tomada do poder - e o Tropicana, na Rua 72, 4504. Os shows são muito bem produzidos e coreografados, mas não refletem o espírito cubano. Da mesma forma, o Havana Cafe, no Hotel Meliá Cohiba - um dos melhores da cidade -, uma versão cubana do Hard Rock Cafe, é só para turista ver.

THIAGO DECIMO/AE

Hemingway
A cara de Havana, mesmo, é a casa onde o escritor norte-americano Ernest Hemingway - sempre ele - costumava ir para beber mojito, a bebida típica cubana, que leva rum, açúcar, suco de limão, folhas de hortelã e água com gás: La Bodeguita del Medio, perto da Catedral de Havana.

Do tempo em que viveu na cidade, entre 1938 e 1960, o escritor deixou outra sugestão bastante atraente: o Restaurante e Bar Floridita, na esquina das ruas Obispo e Bélgica, também em Havana Velha. Era onde ele ia quando queria outra bebida típica cubana, o daiquiri - a caipirinha de rum. Uma placa sinaliza a qual mesa o escritor mais gostava de sentar-se.

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