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Nelson Diniz considera a Casa de Cinema a melhor produtora de Porto Alegre Ator oriundo do teatro, Nelson Diniz, 35 anos, interpreta Teodoro em Tolerância. Ele considera o personagem como seu primeiro trabalho num longa metragem, embora tenha feito uma ponta em Anahy de las Missiones. Empolgado quanto às possibilidades de experimentação com o cinema, Diniz afirma não abrir mão de experiências nessa linguagem, certo de que a Casa de Cinema é uma garantia de aprendizado. "A Casa tem o trabalho de produção mais profissional de Porto Alegre", comenta enquanto toma outro gole de café. Para o ator gaúcho, que participou de vários curtas como Paulo e Ana Luiza em Porto Alegre e Dois Filmes em Uma Noite, entre outros, Tolerância exige um processo maior de preparo de personagem, com mais tempo e situações para desenvolver e explorar. Segundo ele, quando se atua em filmes de pequena duração "não dá para aprofundar o personagem e nem acompanhar a evolução do roteiro". Somado a esta "oportunidade de evoluir profissionalmente", como ele faz questão de salientar, existe a satisfação de estar com uma produtora que trata a todos de maneira igual, sem diferenças entre estrelas e coadjuvantes. Diniz conta que o roteiro o interessou pela idéia de falar sobre os limites de uma relação, seja ela amorosa ou social. Ele explica que falar sobre "até que ponto se cumpre o que se determina cumprir" o atraiu, bem como as questões de tolerância com o próximo. Além disso, argumenta que o Teodoro tem a função de apresentar o problema da terra, do abuso de direitos e da questão dos limites nas propriedades agrárias. Quanto as suas preferências de trabalho, cinema, teatro ou televisão, Diniz confessa que ultimamente tem preferido a. sétima arte. Por ser uma outra forma de aplicar a interpretação, ele acredita que os ensaios tornam-se ainda mais importantes, pois as filmagens ocorrem seguindo uma linha de tempo diferente da história, deixando o ator sem a cena anterior como base. "Qualquer movimento fica maior no cinema", ressalta.. Mesmo assim, em sua opinião, o cinema é a única produção artística de um ator que fica no tempo, seja para o bem ou para o mal. No entanto, para além do bem e do mal, Diniz entusiasma-se com a produção local e defende que o cinema não pode renascer porque nunca morreu. "O que renasceu foi o interesse em investir em cinema, agilizando a produção de filmes com maior periodicidade", aponta. O ator destaca que não só o cinema lucrou com os investimentos públicos e privados, mas todas as artes. "O FUMPROARTE da prefeitura de Porto Alegre viabilizou muitas peças de teatro", lembra. Em matéria de tolerância, admite ter infinita com sua mulher, embora, "com o Brasil ela já acabou faz pelo menos uns cinco anos", prossegue, "ou, melhor, desde a época daquele presidente, aquele que eu não vou dizer o nome mas que vocês sabem quem é", corrige com um sorriso algo supersticioso enquanto desenha dois éles no ar. Logo muda de tom, como que para espantar assombrações, voltando a falar do projeto atual. "É a primeira vez que me envolvo em um longa do início até o fim", conclui satisfeito com suas expectativas com o filme. Passadas as filmagens de Tolerância, Nelson Diniz parte para fazer outro longa, Neto perde sua alma e, se tudo correr bem, uma versão da peça O pagador de promessas nas escadarias da Igreja das Dores. (Adriana Amaral e Peter Krause) Confira Também -
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