São Paulo - O São Paulo fechou ontem mais um estranho negócio. Vendeu Álvaro, zagueiro titular da Seleção Olímpica, ao Las Palmas por US$ 3 milhões. É praticamente o mesmo que pagou pelo zagueiro Wilson (US$ 2,8 milhões), mas com um currículo muito mais pobre do que o de Álvaro.
Edu, atacante titular da Seleção Olímpica, está indo para o Celta de Vigo por US$ 5 milhões. Isso significa que Álvaro e Edu, juntos, foram vendidos pelo mesmo preço do meia Marcelinho, jogador sem nenhuma passagem pela Seleção.
José Dias, diretor de Futebol, não considera que tenha feito maus negócios.
"O preço de um jogador não é definido pelo time que vende e sim pelo time que compra. Não adianta eu dizer que vale US$ 10 milhões e só me oferecerem US$ 5 milhões." O Guarani deve estar muito contente porque o São Paulo achou que Gustavo Nery valia US$ 2 milhões e pagou essa quantia para ter o jogador como reserva.
Nem o fato de Álvaro e Edu serem titulares do time olímpico faz com que Dias considere as transferências maus negócios. "Para nós está bom. Se o jogador for bem na Olimpíada, sorte de quem comprou." Ele se irrita quando Edu diz que considera baixo o valor pago por seu passe. "Ele que arranje alguém que pague mais do que isso."
Levir Culpi pede um substituto para Álvaro, com urgência. O mesmo não acontece com Edu. Ele acredita que tem jogadores suficientes para aquela posição, mas exige um novo zagueiro.
"Quando joguei no América e no Goiás saí e deixei saudades no clube, saí com a certeza do dever cumprido, mas sei que aqui no São Paulo não foi assim.
Não joguei tanto como queria. Talvez na Espanha eu seja mais valorizado, com meu estilo de chegada dura", lamenta o zagueiro.
Além de Edu e Álvaro, há mais desfalques no São Paulo para o jogo de amanhã contra o Rosario Central, pela Copa Mercosul. Maldonado, com entorse no tornozelo direito, está fora do jogo. Beto, que não está inscrito na competição, também fica fora. O mais provável é que Levir Culpi escale Axel e Fábio Simplício. "Precisamos ganhar essa partida, mas não vamos deixar de ter equilíbrio em campo, com uma defesa bem protegida", diz Levir, afastando a possibilidade de jogar com dois atacantes.
França confiante - Parece claro que isso ocorrerá apenas se França jogar. A decisão será hoje. Ontem, ele participou de um treino contra os juniores e diz que se sentiu bem. "Melhorei bastante, mas ainda sinto muitas dores no tornozelo.
Se o jogo fosse amanhã (hoje) eu ficaria de fora, mas com um tempo a mais para treinar é capaz que fique pelo menos no banco."
França acredita que uma recuperação ideal, sem pressa, levaria cerca de um mês, mas o momento atual do São Paulo faz com que ele queira apressar sua volta. "Ninguém está me pressionando, mas quero voltar para ajudar o time.
Sempre fiz isso. Se quiserem me colocar no banco, aceito numa boa."
Com França em campo, talvez acabem as vaias e as cobranças da torcida. "Não sei não. Fui vaiado contra o Santa Cruz", diz o jogador. Após o jogo com o Bahia, torcedores foram ao vestiário e pediram a saída de Levir, além de vaiarem Fábio Aurélio.
"Se eu fosse torcedor do São Paulo, estaria orgulhoso desse time, com tantos jogadores na Seleção e com um bom rendimento. Quanto a mim, adoro trabalhar aqui, é o melhor clube do Brasil e vou fazer de tudo para não perder esse emprego. Mas se quiserem me mandar embora, fiquem à vontade. Nem multa rescisória existe", diz Levir.
"Essas vaias parecem coisa mandada. Deve ser coisa da oposição", completa o capitão Edmílson.