Rio - A pivô da mais nova crise enfrentada pelo técnico da seleção brasileira, Wanderley Luxemburgo, é uma mulher esbelta, de 32 anos, que já foi dona de uma clínica de estética na Ilha do Governador, na zona norte do Rio. Ela começou a trabalhar como licitante judicial há dez anos atuando nas Justiças do Trabalho, Federal e Cível. Renata Carla Moura Alves fez amizades com pessoas de prestígio no Rio e passou a circular muito no meio do futebol depois que ela conheceu Luxemburgo.
Ela passou a ser íntima de Romário, Edmundo e Renato Gaúcho e teria servido como "olheira" de Luxemburgo para supostas transações envolvendo o treinador. Foi o que contou seu pai, Roberto Alves. "Mas ela não ganhava comissões dessa parte, de negócio com jogadores, apenas das transações imobiliárias", garante o pai.
Ainda de acordo com Roberto, Renata tinha acesso fácil nos grandes clubes de futebol do Rio, não atuando, porém, no mercado paulista. Ela observava os jogadores, sondava os que estavam insatisfeitos no clube e depois os indicava ao treinador. Suas viagens para a capital de São Paulo ocorriam quando solicitada por Luxemburgo para a prestação de contas sobre os bens adquiridos e revendidos em seguida. "O técnico pagava a passagem e a hospedagem dela."
Segundo Roberto, na época em que Luxemburgo dirigia o Palmeiras, Renata foi convidada para integrar a delegação do clube numa viagem ao exterior, o que não acabou se concretizando. "Ela seguiria para a Europa como se fosse jornalista, o Luxemburgo tinha acertado tudo", afirma.
Roberto revelou que recebeu um telefonema nesta quinta-feira de um empresário, a quem teria processado anos atrás, pedindo um contato com Renata em nome de Luxemburgo. "Essa pessoa me perguntou se ainda havia uma maneira de estancar tudo isso", contou.
Roberto disse que essa possibilidade seria possível se Luxemburgo decidisse pagar à sua filha o que ela exige em juízo: em torno de R$ 1,5 milhão. "A pessoa que me ligou estava ao lado de um sujeito muito influente, amigo particular do treinador."