São Paulo - O Palmeiras resolveu usar o "Caso Ferrugem" para tomar uma posição firme contra os empresários que estariam "aliciando" seus jogadores. O clube brasileiro contratou o advogado Paulo Rogério Amoretty para processar o AEK junto à Fifa e pede R$ 600 milhões de ressarcimento pelo "seqüestro" do volante de 19 anos. A informação exclusiva é detalhada pelo diretor de futebol do Alviverde, Américo Faria.
O dirigente diz que o Palmeiras, de vítima, estava virando vilão. "Os empresários (o grego Hionnies Krontz e o espanhol Manuel Ferrer) que levaram Ferrugem para a Grécia sem o nosso consentimento entraram com uma representação na Fifa tentando registrar o jogador pelo AEK.
A alegação é que não teríamos feito qualquer proposta para continuar com ele. Isso é mentira", revela Faria. Enfático, ele diz que "o Palmeiras irá marcar a sua posição com todos os empresários, acionando o AEK pelo seqüestro de Ferrugem e pediremos a quantia que a legislação nos permite (cem vezes o preço do passe estipulado do atleta em R$ 6 milhões na FPF). Vamos acabar com essa malandragem de empresários."
O advogado foi escolhido com muito cuidado pelo presidente Mustafá Contursi. "O Amoretty foi presidente do Internacional e é um especialista em assuntos internacionais. Tem toda a confiança do Mustafá. Estaremos muito bem representados. O Palmeiras irá contra-atacar usando a legislação e essa será uma tendência daqui para a frente. O clube não ficará parado vendo o seu patrimônio ser dilapidado. Investimos muito formando elenco, contratando jogadores para empresários aparecerem com 'mão grande' e levar vantagem. Os atletas estão sendo convencidos por gente que só quer saber de dinheiro", acusa Américo Faria.
A postura ofensiva do Palmeiras poderá ter um efeito devastador nas pretensões de Ferrugem. "Sabia que minha vida não seria facilitada e que os dirigentes palmeirenses fariam tudo para não permitir que eu ganhasse meu passe na Fifa. Mas os meus empresários e os dirigentes do AEK me garantiram que vão continuar brigando pela minha liberação. O jogador precisa ser ouvido e respeitado nas transações. Quando eu estava no Palmeiras, não era valorizado. Agora passei a ser", reclama o volante, de Atenas, por telefone.
E não será só Ferrugem que terá trabalho com os advogados palmeirenses. Rogério, que já teria acertado sua transferência com o Corinthians, também irá sofrer nos tribunais.
"Foi ele quem resolveu procurar a Justiça para ficar com o passe livre. Ainda bem que existe uma legislação no Brasil. Vamos nos defender e provar que ele pertence ao Palmeiras. Se ele acertou mesmo com o Corinthians, não é problema nosso. O ideal seria que o Corinthians nos procurasse ou pagasse os R$ 8,6 milhões como está fixado o passe do atleta", avisa Faria.
Pena também deve ser processado. O jogador já teria voltado para o Brasil e pode estar na Bahia. A imprensa portuguesa garante que ele já fez exames médicos no Porto. O empresário José Minguea está negociando com a Parmalat a compra de mais 25% do passe do jogador. Ele já possui 50% e outros 25% ainda são do Palmeiras.