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Ex-secretária diz que vai entregar lista de jogadores
Terca-Feira, 29 Agosto de 2000, 21h42

Rio - A estudante de direito Renata Alves, ex-secretária de Wanderley Luxemburgo, irá apresentar quinta-feira, ao delegado Antônio Rayol, da Polícia Federal, os nomes dos jogadores de futebol cujas vendas dos passes teriam sido negociadas pelo técnico da seleção brasileira. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, ela garantiu que mostrará à polícia os valores das transações e as datas em que foram realizadas.

"A Justiça vai fazer com toda a certeza a correlação da evolução patrimonial dele com esses eventos", disse o advogado da ex-secretária, André Luiz Anet, em cujo escritório foi realizada a entrevista. O advogado afirmou ainda que irá mover uma ação indenizatória contra Luxemburgo pelo fato de ele ter utilizado o nome dela durante todo esse tempo e não ter recolhido os impostos.

"Por saber tanto, eu perdi o meu direito de ir e vir", afirmou Renata, que chorou durante a entrevista. Ela contou que está sendo ameaçada e tem muito medo de morrer. "Se for morta, serei mais uma mulher nas estatísticas." A estudante de direito disse que, para se proteger, dorme a cada noite em um lugar diferente. "Não vejo minha mãe, não vejo meu pai, nem meus parentes."

A ex-secretária contou que não declarava ao Imposto de Renda os bens que arrematava em leilões para o técnico porque acreditava que Luxemburgo faria isso. "Esperava que o Wanderley fizesse tudo, tinha confiança nele, achava que nada me aconteceria." Ela disse que, em 1996, quando foi chamada a prestar esclarecimentos à Receita Federal, se surpreendeu e ligou para o treinador, com quem não mantinha mais contato regular desde 1993. "Ele desligou o celular", disse chorando. "Eu liguei de novo, dizendo que ele conhecia muita gente e deveria ir lá tentar resolver."

Renata deu mais detalhes sobre as transações que fazia a pedido de Luxemburgo. "Ele deixava os cheques da conta conjunta que tinha com a esposa assinados em branco e eu preenchia", disse, acrescentando que possuía uma procuração do técnico. Na maioria das vezes, declarou, registrava os bens em seu nome. A ex-secretária afirmou ainda que não sabia de onde vinha o dinheiro. "Eu só preenchia cheques", afirmou. "Às vezes nem repassava para ele o lucro das transações e o usava para comprar outras coisas."

Entre os bens arrematados em leilões, estão imóveis, terrenos, carros e até mesmo eletrodomésticos. "Eram bens para transações mesmo, para vender depois." Em relação a compra e venda de jogadores, segundo a ex-secretária, muitas das negociações eram feitas em dólares. "Ele levava malas de dólares para casa."

Renata contou também que passou a entender de futebol e que era ela quem orientava o técnico sobre os jogadores que deveriam ser comprados. "Eu falava aquele jogador está em ascensão, presta atenção nele", lembrou, dizendo que chegou a indicar jogadores que, posteriormente, viraram craques. Renata disse também que sempre ajudou o técnico no campo pessoal, durante o tempo em que foi sua namorada. "Eu ficava vendo o que ele tinha que falar para a imprensa, como fazer para ele chegar aonde chegou", disse. "A falar melhor, a se dirigir melhor ao público e baixar a arrogância dele."

Já mais descontraída e rindo, Renata lembrou que ensinou ao técnico a usar roupas mais finas e bons perfumes. "Tirei o Azzaro da vida dele", disse. Segundo Renata, ela o ajudava também como assessora de imprensa. "No caso da briga com Romário orientei que se calasse." A ex-secretária contou que durante o namoro, o relacionamento dos dois era maravilhoso. "Nós éramos apaixonados, eu era a menininha dele, era muito bem tratada por ele", lembrou, dizendo que ele falava, inclusive, em viver com ela. Renata disse ainda que conheceu o técnico em um sinal de trânsito. "Ele seguiu meu carro e disse "você é uma morena muito bonita, não posso ficar sem o seu telefone."

Renata disse também que sempre ajudou o técnico no campo pessoal, durante o tempo em que foi sua namorada. "Eu ficava vendo o que ele tinha de falar para a imprensa, como fazer para ele chegar aonde chegou", afirmou. "A falar melhor, a se dirigir melhor ao público e a baixar a arrogância." Segundo a ex-secretária, ela o ajudava como assessora de Imprensa. "No caso da briga com Romário, orientei que se calasse", declarou.



Agência Estado


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