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Luxemburgo faz o possível para disfarçar tensão
Terca-Feira, 29 Agosto de 2000, 21h34
Atualizada: Terca-Feira, 29 Agosto de 2000, 21h34

Rio - Apesar de suas negativas, o técnico Wanderley Luxemburgo continua vivendo um "inferno astral", o que tem afetado o ambiente da seleção. Pressionado pela imprensa, o treinador está tenso e na defensiva, diante dos sucessivos problemas extra-campo e dos confrontos que tem enfrentado. O seu comportamento é diferente no habitual, no qual era conhecido pelas brincadeiras. A presença da figura polêmica de Romário tem tornado ainda mais difícil o trabalho do treinador.

"Não há nada de diferente, estou tranqüilo como sempre", desmente Luxemburgo. Os incidentes desta terça-feira, no entanto indicam o contrário. Inicialmente, o treinador não pretendia dar entrevista, fato raro em sua carreira na seleção. Em seguida voltou atrás por causa de um incidente no campo, mas se esquivou das perguntas sobre as denúncias de Renata Carla Moura Alves. "O meu problema é discutir futebol e as coisas que o envolvem", disse.

A atitude defensiva do treinador refletiu, nesta terça, no ambiente da seleção. Ao se retirarem do campo, após o segundo treinamento na Granja Comary, os jogadores foram escoltados por policiais militares, fato inédito no local. Para piorar, o responsável pela segurança dos atletas, Pedro Paulo Castello Branco, gritou com os jornalistas para se afastarem. Luxemburgo, que não tinha intenção de conversar com os repórteres, decidiu dar uma coletiva.

O técnico fez questão de minimizar o episódio, que, para ele, foi um fato isolado. "Em dois anos, houve um problema de dois minutos; não há motivo para tudo isso", disse. Para o treinador o caso foi um mal-entendido. Ao subir para a concentração, Luxemburgo se tornou mais simpático, com objetivo de afastar o mal-estar causado pelo chefe da segurança.

Em relação a Romário, o treinador acredita que está uma expectativa muito grande em torno de seu relacionamento. "Queriam que a gente saísse abraçado, mas não vou forçar isso" comentou. Nos treinos, Luxemburgo tratou o atacante como os demais jogadores. "Dei instruções para ele, como se fosse para outro qualquer." Olimpíada, para o treinador, é um assunto encerrado.

Sem definição Sobre a Bolívia, ele ressaltou que o time não é fraco como todos esperam. "A Bolívia perdeu no final da Argentina", lembrou. Luxemburgo informou que só vai definir o time titular na sexta-feira, após a realização de três coletivos durante a semana. Hoje, foram ensaiadas jogadas na parte da tarde e um treino físico de manhã. No treino da tarde, os laterais foram os mais exigidos, com bom rendimento de Athirson.

Confirmado como capitão, Cafu encarou com naturalidade reassumir a braçadeira. "Estou muito tranqüilo quanto a isso", afirmou. Para ele, a seleção vive "um momento delicado". O importante é deixar as coisas extra-campo de lado e nos esforçar."



Agência Estado


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