Rio - A estudante de direito Renata Alves, ex-secretária de Wanderley Luxemburgo, admitiu nesta quarta-feira que a principal prova a ser apresentada contra o técnico da seleção brasileira a respeito de seu suposto envolvimento com a compra e venda de jogadores, é testemunhal. "Provar (documentalmente) que ele estava por trás disso é complicado, mas a minha prova é auditiva", revelou. "Eu tinha praticamente uma vida em comum com ele, um concubinato."
Na avaliação de Renata, será difícil para o técnico escapar das acusações. "Meu testemunho é forte, fui procuradora dele; tenho procurações, documentos, contas", lembrou. "Uma pessoa assim deve ter algum valor legal." A ex-secretária afirmou, no entanto, que será complicado encontrar provas legais de que Luxemburgo negociasse jogadores. "Com certeza, se forem vasculhar as contas deles não vão encontrar mais nada", admitiu. Até porque, segundo ela, muitas das negociações eram feitas em dólares.
"Eu nunca fiz nenhuma remessa de dólar para o exterior", garantiu. "O que sei é que os dólares ficavam dias na minha casa, às vezes até uma semana, e depois ele os levava embora." Os advogados da ex-secretária, André Luiz Anet e Marcos César Cytrângulo, entraram nesta quarta-feira com uma ação indenizatória contra o técnico. Eles pedem R$ 300 mil a Luxemburgo por danos morais causados a sua cliente. "Na verdade quem está se prejudicando com isso tudo é ela", afirmou Cytrângulo.
O advogado do técnico da seleção, Michel Assef, informou nesta quarta-feira que já entrou com oito interpelações judiciais criminais contra Renata Alves. O expediente judicial tem por objetivo fazer com que a ex-secretária confirme as denúncias que vem fazendo à imprensa. "Os jornais têm publicado as histórias mais fantásticas", afirmou Assef. "Preciso que ela confirme ou desminta isso." Segundo o advogado, a partir do posicionamento de Renata, ele decidirá que tipo de ação irá mover contra ela.