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Antônio Carlos lamenta perda de braçadeira para Cafu
Quarta-Feira, 30 Agosto de 2000, 10h22
Atualizada: Quarta-Feira, 30 Agosto de 2000, 10h23

Teresópolis - A seleção brasileira está mesmo com os nervos à flor da pele. O melindre é generalizado. O fato de Wanderley Luxemburgo confirmar que Cafu voltará a ser o capitão do time, provocou profunda mágoa em Antônio Carlos.

O zagueiro, que foi muito mal contra o Chile, tinha certeza que continuar com a faixa seria uma demonstração de confiança do treinador. Com o ego visivelmente abalado, o jogador mostrou ontem toda a sua mágoa.

"Tinha certeza que seria confirmado como capitão. O Wanderley me conhece, sabe da minha liderança. Não vou mentir dizendo que para mim tanto faz ser capitão ou não. Era um velho sonho que estava realizando. Mas fazer o quê? Cabe a mim respeitar as determinações. Não serei eu que criarei mais problemas aqui", reclamou.

Antônio Carlos passou o restante do dia cabisbaixo, sem bricar com ninguém. A contrariedade era evidente. Cafu, ao contrário, respirava aliviado. Nem por um instante se lembrou de sua grande amizade com Antônio Carlos. O que importava era voltar a ser o capitão do Brasil.

"Não vou esconder que estou muito feliz. Ainda mais depois de toda a confusão após a partida contra o Paraguai. Sou novamente o capitão, vou ajudar como puder o Wanderley dentro de campo para fazer o Brasil ganhar da Bolívia. Vou cobrar luta de todo o time. Não sou de xingar ninguém, mas todos terão de dar tudo para vencer a Bolívia. Vou cobrar."

E o lateral aproveitou para avisar aos cariocas, que enfrentará as vaias que costuma receber no Maracanã com coragem.

"Eu já me acostumei a jogar sem o apoio dos torcedores cariocas. Foi assim no amistoso contra a Argentina, antes da Copa de 98, e diante do Uruguai, já pelas Eliminatórias. Podem vaiar à vontade. Sou homem para suportar."

No treinamento da tarde, Cafu procurava falar com os companheiros, brincar, descontrair o tenso clima que marca a preparação para o jogo contra a Bolívia.

"Todos precisam entender que a derrota diante do Chile não foi a morte. Vamos nos recuperar e conseguir uma sequência de bons resultados. É isso que o Brasil precisa para acabar com todo o clima ruim."

Cafu foi um dos piores no treinamento da tarde, errando inúmeros cruzamentos e acabando com a já débil paciência de Luxemburgo.

Jornal da Tarde


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