Rio - A estudante de Direito Renata Alves, ex-secretária de Wanderley Luxemburgo, admitiu ontem que a principal prova a ser apresentada contra o técnico da seleção brasileira - a respeito de seu suposto envolvimento com a compra e venda de passe de jogadores - é testemunhal. "Provar (documentalmente) que ele estava por trás disso é complicado, mas a minha prova é auditiva", disse. "Eu tinha praticamente uma vida em comum com ele, um concubinato."
Na avaliação de Renata, será difícil para o técnico escapar das acusações. "Meu testemunho é forte, fui procuradora dele; tenho procurações, documentos, contas." A ex-secretária afirmou, no entanto, que será difícil encontrar provas legais de que Luxemburgo negociasse jogadores. "Com certeza, se forem vasculhar as contas dele não vão encontrar mais nada", disse. Até porque, segundo ela, muitas das negociações eram feitas em dólares. "Eu nunca fiz nenhuma remessa de dólar para o exterior", garantiu.
"O que sei, é que os dólares ficavam dias na minha casa e depois ele os levava embora." Os advogados da ex-secretária, André Luiz Anet e Marcos César Cytrângulo, entraram com uma ação indenizatória contra o técnico. Eles pedem R$ 300 mil por danos morais causados a sua cliente. "Na verdade, quem está se prejudicando com isso tudo é ela", afirmou Cytrângulo.
O advogado de Luxemburgo, Michel Assef, informou que já entrou com oito interpelações judiciais criminais contra Renata. O expediente judicial tem por objetivo fazer com que a ex-secretária confirme as denúncias. "Os jornais têm publicado as histórias fantásticas", afirmou Assef. "Preciso que ela confirme ou desminta isso." Segundo o advogado, a partir do posicionamento de Renata, ele decidirá que tipo de ação contra ela irá mover.