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Disputa deixa Vila Olímpica sem telefones
Sexta-Feira, 01 Setembro de 2000, 01h47

Sydney - Caberá aos iatistas Torben Grael e Marcelo Ferreira, hospedados em um hotel de Sydney desde terça-feira, o privilégio de ser os primeiros atletas brasileiros a entrar na Vila Olímpica de Sydney, amanhã. Apesar de ter à disposição, dentro da Vila, lanchonete, churrascaria, sala de musculação e um centro de música e leitura, na casa onde ficará alojado Grael não poderá se dedicar a um passatempo já incorporado a seus hábitos: a Internet.

Como qualquer um dos 10.200 atletas que estarão na Vila Olímpica, se quiser ter acesso à rede Grael terá de conectar seu laptop a um telefone celular ou, o que é mais viável, utilizar o sistema colocado à disposição pela IBM num "cybercafé" montado pela empresa americana.

As casas e apartamentos da vila dos atletas não têm sequer linhas telefônicas instaladas. O Socog - Comitê Organizador dos Jogos de Sydney - vetou a instalação de telefones para evitar que imagens não autorizadas, produzidas pelos hóspedes, sejam divulgadas pela rede mundial de computadores.

Por trás da proibição está uma briga entre as redes de TV que compraram os direitos de transmissão dos Jogos e os sites da Internet, que teriam condições de divulgar imagens em movimento.

Mesmo sem Internet, a delegação brasileira não tem do que reclamar. As 13 casas reservadas aos 204 atletas do Brasil ficam próximas do restaurante principal e do local de saída dos ônibus que transportarão os atletas para os treinos e competições. "Estamos muito bem instalados na Vila", afirma José Roberto Perillier, sub-chefe da missão brasileira em Sydney.

No total, os atletas, técnicos e pessoal de apoio do Comitê Olímpico Brasileiro utilizarão 274 camas até o dia 1º de outubro. Caso se classifique para a disputa da medalha de ouro no estádio olímpico, no dia 30 de setembro, a delegação de futebol masculino, hoje hospedada num hotel em Brisbane, também ficará na Vila.

Apesar da boa organização demonstrada até agora, o Socog enfrenta contratempos de última hora. O mais recente é a debandada de 600 dos 4.500 voluntários que trabalhariam como motoristas durante a Olimpíada.

Pelos mais variados motivos, muita gente que se habilitou a trabalhar durante 10 dias, no período de 9 de setembro a 1º de outubro, comunicou ao Comitê de Transporte dos Jogos (Orta) que não estará ao volante dos confortáveis Holden Commodore que serão colocados à disposição de membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), comissários técnicos, vips e médicos.

Na tentativa de resolver o problema, o Orta publicará anúncios nos jornais de Sydney convocando novos voluntários.

Jornal da Tarde


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