Sydney - Os australianos ainda se orgulham de suas conquistas esportivas do passado, mas mesmo pelos seus altos padrões os Jogos Olímpicos de Sydney poderão ser um divisor de águas para um país que trata o esporte tão seriamente quanto a religião ou a política. Colonizada num tempo em que o esporte organizado estava começando a criar raízes na Grã-Bretanha, a Austrália tem um caso de amor com os esportes desde que os primeiros brancos chegaram no país, em 1788.
Em 1999, as equipes australianas ganharam as Copas Mundiais de críquete e rúgbi. Seus tenistas venceram a Copa Davis e equipes de remo, canoagem e beisebol ganharam os títulos mais importantes. Ian Thorpe, Grant Hackett, Michael Klim e Susan O'Neill dominaram o mundo da natação, enquanto Cathy Freeman manteve sua conquista dos 400 metros no campeonato mundial de atletismo.
Os australianos venceram também os campeonatos mundiais de surfe masculino e feminino. Zali Steggall se tornou a primeira australiana a ganhar o título de esqui no campeonato mundial de 1999.
O chefe olímpico australiano John Coates prevê que a equipe da casa ganhará pelo menos 60 medalhas em Sydney, 19 a mais do que em Atlanta, incluindo um recorde de 20 medalhas de ouro.
A previsão de Coates é baseada na premissa de que o país que sedia os Jogos sempre têm uma boa performance. A Coréia do Sul não conseguiu nenhuma medalha nos Jogos de Los Angeles, em 1984, mas ganhou 33, incluindo 12 de ouro, quando Seul sediou os Jogos em 1988.
A Espanha ficou com 13 medalhas de ouro nos Jogos de Barcelona em 1992, depois de ganhar só uma em Seul. Quatro anos depois, em Atlanta, os espanhóis ganharam só cinco. Apesar de ser um dos poucos países que participaram de todas as Olimpíadas, a Austrália teve seu melhor resultado em Melbourne, quando ganhou 13 medalhas de ouro.
A maioria dos atletas tem uma performance melhor atuando com a torcida a favor, relaxados em seu próprio clima e condições. As equipes também costumam ser melhor preparadas quando seu país vai sediar uma Olimpíada. Patrocinadores e governantes tentam promover o nacionalismo, aumentando seus investimentos em esportes e liberando verbas.
Também há certas garantias de que o país anfitrião possa selecionar uma equipe maior que o normal. Enquanto outros países passam por seletivas, o país sede é classificado automaticamente para a maioria das modalidades.
Reuters