Amigos, amigos, negócios à parte. O confronto entre Palmeiras e Cruzeiro, às 18 horas, no Parque Antárctica, pela Copa Mercosul, põe em campo jogadores e técnicos que até bem pouco tempo vestiam a camisa do rival. Se despejam palavras de afeto quando lembram da passagem pelo clube paulistano, o zagueiro Cléber, o meia Jackson e o atacante Oséas também não querem perder a oportunidade de ganhar mais três pontos e continuar com o aproveitamento de 100% na Mercosul, dentro da ex-“casa".
O jogo também marca a primeira vez que os técnicos Marco Aurélio, campeão da Copa do Brasil pelo Cruzeiro, e Luiz Felipe Scolari, vice-campeão da Taça Libertadores pelo Palmeiras, se enfrentam após trocarem de clube. O treinador do time mineiro admite uma certa ansiedade e espera uma boa recepção no Parque Antárctica por parte do grupo palmeirense. “Eu sei que serei bem recebido pelo grupo com quem trabalhei. Da mesma forma, mostrarei carinho por eles durante todo o tempo", afirma.
Carinho, Felipão? “Fora de campo, cada dia a amizade fica mais forte, mais estreita, mas dentro de campo meus jogadores irão fazer o que têm que fazer", explica. E a missão é continuar conquistando bons resultados fora de casa. “O time está jogando bem fora. Hoje, não pode se dizer que a equipe da cidade ganhará por jogar em casa. Os times têm um padrão tático quase parecido e isso dificulta muito fazer o gol e ter a qualidade com discernimento total em um ou dois momentos", observa.
Luiz Felipe Scolari espera “poder melhorar, a cada jogo, um ou dois setores" do Cruzeiro, mas não admite que o time teve problemas nas laterais no jogo de terça, contra o Internacional, quando empatou, no Mineirão, em 1 a 1. “O problema foi o Internacional. É uma boa equipe, bem montada, com oito atrás da linha da bola e um jogador rápido na frente para o contra-ataque, e que joga no estilo gaúcho bem caracterizado, embora seu treinador seja carioca. Com tantas qualidades, souberam aproveitar."
Sobre o ex-clube, que tem quatro pontos conquistados em dois jogos, Scolari ressalta que é uma equipe que passa por um momento de mudança, “com alguns jogadores mais velhos saindo e os mais novos entrando e aproveitando a oportunidade". Para o treinador, o Palmeiras é um adversário não muito diferente do Independiente e do Universidad Catolica. “A diferença é que é a equipe do Palmeiras é a adversária direta, em princípio. A vitória nos deixaria com chances de classificação de 90%."