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Camberra - O técnico Bernardinho sempre teve fama de sargento por seu temperamento explosivo, tenso, e, principalmente, por seu senso de perfeição à frente da seleção brasileira feminina de vôlei. E, para completar a comissão técnica da equipe, o treinador convidou outro profissional com características de personalidade muito semelhantes a sua: Chico dos Santos (foto), campeão brasileiro da Superliga com a Recreativa de Ribeirão Preto, em 1993/1994.
Com 21 anos de experiência na função, Chico aceitou o desafio no ano passado. Embora tivesse convite de clubes, passou a ser assistente-técnico exclusivo da Confederação Brasileira de Vôlei. Além de ajudar na preparação da seleção adulta, colabora também com o trabalho feito pelo técnico Wadson Lima, na equipe juvenil.
A sua principal função na equipe de Bernardinho é cuidar do treinamento do bloqueio. É nesta hora que coloca toda a experiência em prática, orientando as atletas e exigindo o máximo de cada uma na marcação do ataque adversário. Ele está satisfeito com o seu trabalho. "A equipe tem ido bem nos principais torneios", comenta o assistente.
"Foi terceira colocada no ranking de bloqueio no último Grand Prix, terminado no fim do mês, em Manila, e segunda na Copa do Mundo do Japão, no ano passado." Na Olimpíada de Sydney, Chico será o responsável pela "espionagem".
Vai filmar os jogos dos adversários, editar as fitas e passar as marcações para Bernardinho e as atletas. Durante as partidas, marca também as jogadas ofensivas do time oponente. O mais importante passa para o treinador no banco e para as jogadoras diretamente no decorrer do jogo. "Não posso mais gritar e orientar a equipe como fazia nos clubes, quando chegava até a perder dois quilos de peso por partida", lembra o ex-treinador do MRV/Minas. "O Bernardinho já grita muito e eu tenho de me segurar", prossegue. "Ninguém suporta dois técnicos mexendo com o emocional das atletas."
Admirador do trabalho do "chefe", ele diz que Bernardinho merece o sucesso que tem na carreira. "Ele batalha muito para vencer", afirma.
"Não mede esforço e é capaz de virar sete noites sem dormir só para analisar adversários." A comissão técnica da seleção tem outro assistente: Ricardo Tabach, responsável pela preparação do passe e da recepção. Bernardinho cuida pessoalmente do saque, levantamento e ataque, além de todo o sistema tático.
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