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Os ´sem crachá` vão penar durante os Jogos
Domingo, 10 Setembro de 2000, 21h34

Sydney - Os taxistas reclamam que Sydney está vazia, porque os australianos foram embora e os turistas ainda não chegaram. Para os locais, talvez não tenha sido má idéia sair da zona urbana, já que nos próximos dias o mundo vai se dividir em duas categorias -os com e os sem crachá.

Quem tem crachá o exibe orgulhosamente pendurado no peito em todos os lugares. São organizadores, atletas e jornalistas que circulam gratuitamente por toda a rede de transporte público e têm acesso aos lugares onde simples mortais não poderão nem sonhar em colocar os pés a partir de sexta-feira que vem, quando começam os Jogos Olímpicos -- a não ser que tenham pago muito caro por isso.

Os ``aussies'' (como se autodenominam os australianos) que não tenham comprado seus ingressos para as competições e permanecerem em Sydney, bem, esses sim devem ser rebaixados à categoria de párias sociais. Muitas de suas ruas serão interditadas para receber atletas, o transporte público têm andado lento e os motoristas são obrigados a dobrar a atenção.

Como aqui o volante dos carros é do lado esquerdo, os arrivistas esquecem de olhar para o lado certo na hora de atravessar a rua. O assunto é sério. Na semana passada um atleta nigeriano morreu atropelado.

Para a equipe brasileira de triatlo, composta de seis integrantes, os motoristas australianos andam bem nervosinhos. Treinar com suas bicicletas pela ruas tem sido quase um tormento.

``O pessoal daqui está muito irritado no trânsito. Temos que dobrar a atenção por causa da mão, que é inversa à do Brasil, e também pelos motoristas'', diz o triatleta carioca Armando Barcellos.

Para ajudar os privilegiados do crachá, há uma segunda categoria de cidadãos de luxo-os cerca de 40 mil voluntários que trabalham freneticamente nas estações de trem e nos pontos de ônibus para orientar os recém-chegados.

Eles ostentam uma capa impermeável azul royal de gosto duvidoso digna de Smurf -- aqueles seres minúsculos e simpáticos que habitam as florestas dos desenhos animados. Os que tiverem o mínimo senso estético já tem uma missão para 1o. de outubro, quando os Jogos acabarem: guardá-la para sempre num lugar seguro, de onde não deverá sair nunca mais: o fundo da gaveta do armário.

Somem-se aos voluntários, que cederam 10 dias de sua existência para participar da festa, outros 170 mil funcionários efetivamente contratados para trabalhar durante os Jogos. Esses também foram bastante lembrados na semana passada, já que diversos motoristas de ônibus, provenientes de outras cidades, perderam-se pelas pontes e viadutos de Sydney repetidas vezes.

Membros do COI ficaram rodando por horas em seus carros luxuosos, gentilmente cedidos por um patrocinador, e atletas perderam treinos e amargaram longas esperas em pontos de ônibus. A síndrome do caos nos transportes atingiu o ápice quando o todo poderoso presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch, amargou uma longa espera no sábado.

Samaranch, que é um senhor septuagenário, ficou mais de meia hora esperando na calçada para ser resgatado por um veículo. O funcionário envolvido na confusão não foi demitido, disse o diretor para os transportes olímpicos, Paul Willoughby, mas ele trouxe à tona a ponta do iceberg, reveladora da imensa confusão que deve atingir uma cidade prestes a receber 1,5 milhão de visitantes.

Reuters


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